A AJUDEM A CONTINUAR NOSSO TRABALHO DE CAPOEIRA ACEITAMOS DOAÇÕES: MATERIAIS E EM DINHEIRO C/P AG 3041 013 00016364-7 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL PALESTRAS, WORKSHOP, Email: mestrebicheiro@hotmail.com cel. 011993040746

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Programa Afro- Brasilidades em 78 Rpm 1938

 No primeiro programa da Série “Afro brasilidades em 78 rpm”, o tema de Capoeira “Cala a boca menino”, é apresentado no dia 20 de junho de 1938 na Rádio Nacional (mais tarde, adaptado por João Donato). O programa estreia uma série destinada a temas da música popular “folclórica”. Neste está presente o “rudimentar e bárbaro instrumento afro-brasileiro”, o Berimbau. 

Integrante da primeira geração de historiadores da música popular brasileira, Almirante teve sua produção radiofônica investigada por Giuliana Souza de Lima, na pesquisa “Almirante – a mais alta patente do rádio – e a construção da história da música popular brasileira.

O Almirante faz uma contextualização da história da Capoeira, apoiando-se das pesquisas de Manuel Querino, escritos em A Bahia de Outrora (1916). Faz uma comparação do alcance da Capoeira nas classes mais elevadas com relação a outras modalidades de luta. Apresentando a escola do mestre Bimba como sendo única.

Mas, o programa tinha como objetivo principal apresentar outros aspectos da Capoeira. 

Mostrando algumas das músicas e toques utilizados na roda de Capoeira. Falou sobre a Banguela, Banguelinha, Iúna, Idalina, Santa Maria, Avemaria, Cavalaria, São Bento Pequeno Repicado, São Bento Grande, e até um toque que indicava aceitar a bebida que tinham a oferecer.

Sobre o exercício da Capoeira (brinquedo) na Bahia, ele apresenta o termo vadear, que tem sentido diferente do Rio de Janeiro (ficar na ociosidade).

Ainda neste programa faz menção a luta ocorrida entre Ciríaco e o Japonês Sada Miyako no Rio de Janeiro.

Também não esqueceu de falar sobre o Besouro Mangangá, e demonstrar uma cantiga em homenagem a este.


Curiosidades? Comente, curta e compartilhe. 

Referência:

Curiosidades Musicais <https://goma-laca.com/afrobrasilidades-em-78-rpm>

Programa Completo:

https://goma-laca.com/p/banzo-batuque-capoeiragem


Texto:

Elton Cristiano (Mestre Espaguete)

@eltoncss 

#capoeira #museudacapoeira #historiadacapoeira #capoeiraangola #capoeiraregional #capoeiragem







quarta-feira, 8 de maio de 2024

CENTENÁRIO DE MESTRE CAIÇARA - 1924 - 2024

Aos 08 de maio de 1924, nascia do ventre de Adélia Maria da Conceição, na cidade de Cachoeira de São Felix, Estado da Bahia, Antônio Conceição Moraes, o Mestre Caiçara!!! Para celebrar sua vida e seu legado para o mundo da Capoeira, vamos buscar trechos de um depoimento do Mestre registrado em 1987 na 1ª Jornada Cultural de Capoeira, realizado por Mestre Macaco e Grupo Ginga na cidade de Ouro Preto/MG.  Em sua fala o Mestre revela sua visão sobre a Capoeira, suas origens, seu Mestre e os Mestres que alcançou e teve como referência, a forma como aprendeu a Capoeira, suas preocupações com a expansão dela e os fundamentos que as futuras gerações deveriam se atentar:  


"Bom, senhores espectadores, meu cordial boa tarde em primeiro lugar. Em segundo lugar, eu quero dizer sobre o fundamento da Capoeira. A Capoeira autêntica e histórica do Africo Brasileiro, ela tem principio por que ela surgiu em primeiro lugar como uma dança.Daí que surgiu o malicioso que teve a oportunidade de observar que o corpo humano tem de ter agilidade para saber se defender fisicamente de um cacete, ou de uma faca, ou de um revólver Ou de dois ou três elementos, dependendo o fator principal que é a raça. A capoeira é dança de dançarino, é luta dos lutadores. A capoeira é Ciência, é destreza, é malícia, é agilidade, é falsidade. Ela não é briga, nem é luta. Ela é uma dança maliciosa de duas partes históricas. É a Capoeira e o Candomblé. Digo eu, não como mais sábio de que nenhum, querendo se fazer acima de ninguém. Mas foi a instrução que eu tomei do meu mestre. Meu mestre chamava-se Antônio Rufinho dos Santos, conhecido por Aberrê. Era do meio de 12 homens, Siri de Mangue, Canário Pardo, Paulo Barroquinha, o finado Bimba, o finado Pastinha, o finado Totonho de Maré, os mestres antigos.

Não é querer desfazer, mas a juventude ainda está completamente atrasada sobre o conhecimento do que é nosso. A Capoeira foi criada pelos africanos, vindo do Brasil, ela é brasileira. A primeira cidade que foi plantada a Capoeira foi Santo Amaro da Purificação. Hoje em dia, não tem quem divulgue ela por causa de quê? Falta de apoio dos meios competentes." (...) "Ela tem que ter lugar para se plantar para poder saber distribuir ela. A Capoeira é uma coisa fina, a Capoeira é uma cultura. Ela tem Meio de respeito, meio de confiança. Agora julga ela de duas maneiras: uma cultura e como uma defesa pessoal. De acordo com os toques, o canto. É o toque da Capoeira, o principal é o Angola, o Angolinha, o São Bento Grande, o São Bento pequeno, a Santa Maria, a Cavalaria, a Iuna. E são as brigas de rua, que eu não vou querer desafiar a pessoa nenhuma, nem querer maltratar ninguém, porque eu mais aprendi.Hoje em dia eu vejo mais mestres que alunos em todo o território nacional. E o meu mestre me disse... (...) Quando ele, e outro qualquer, daqueles antigos mestres, sentia que você tinha a força de vontade, ele puxava para procurar lhe educar, e lidava com o conselho. (...) Quando ele me sentiu, dentro de 36 discípulos, ele disse: Quando eu morrer, eu quero ver qual é o que vai ficar para substuir meu nome. Quando ele sentiu, me chamava dentro da casa dele particular, e me ensinou, depois fez teste com os próprios colegas, os próprios alunos. Quando ele sentiu que eu tinha a força de vontade, ele disse: Tome, zele, conserve e vai servir para você amanhã.A Capoeira só é uma só, é Angola. Agora, de acordo com os toques ela modifica.Mas a Capoeira é uma só". (Mestre Caiçara, Ouro Preto/MG. 1987)


Não tive a oportunidade de conhecer o Mestre Caiçara em vida, mas ouvi muitas histórias e estórias conversando com Mestres que conviveram com ele, como Mestre Jogo de Dentro, no período em que fui seu aluno, Mestre Marcelo Angola, nas oportunidades em que esteve conosco na Escola Resistência a convite de meu Mestre Topete. Mestre Marcelo fez parte da turma que realizava apresentações com o Mestre a convite da Bahiatursa e tem histórias incríveis pra contar sobre suas vivências com o Mestre. Outra pessoa que me presenteou com boas histórias sobre a vida dele foi o saudoso Mestre Frede Abreu quando de sua vinda à Campinas para o Seminário da Capoeira nas Escolas em 2004. Recordo de nossas conversas no intervalo do almoço quando este cordialmente contou muitas histórias engraçadas sobre as disputas entre Mestre Caiçara e Mestre Canjiquinha. No ano seguinte, em 2005, tive a oportunidade de conhecer uma de suas netas carnais que infelizmente não recordo o nome, em Salvador/BA numa roda na Academia de Mestre Raimundo Dias, à epoca fiquei surpreso conversando com ela ao saber que seu avô tinha tido mais de trinta filhos e incontável quantidade de netos e bisnetos. Essas pessoas povoaram meu imaginário com referências sobre a vida daquela pessoa que fora dona de uma das vozes que soprou muitos enigmas da Capoeira em meus ouvidos, através da fitinha k-7 que eu passava dias a fio escutando e tentando aprender suas ladainhas e os ritmos de berimbau que ele nos presenteou em seu LP gravado em 1969. Propositalmente, não reproduzo todas as histórias que ouvi aqui, mas incentivo as pessoas a procurarem essas e outras pessoas para conhecerem mais sobre Mestre Caiçara e outros Mestres e Mestras da nossa cultura, estamos vivendo uma era em que tudo parece que está aqui na palma da nossa mão, na tela do celular, mas acredite, nem tudo cabe aqui. A vida é muito mais profunda e cheia de mistérios, precisamos regressar aos gestos simples, dar um bom dia, um boa tarde, despretensioso, puxar conversa com alguém ainda desconhecido...A Capoeira é a arte do encontro. Bora se encontrar! 

Viva Mestre Caiçara!!!

Contramestre Léo Lopes

(Escola de Capoeira Angola Resistência)

08 de maio de 2024


sábado, 13 de janeiro de 2024

Herois Esquecidos


A CALCULADORA HUMANA

 Thomas Fuller, um africano vendido como escravo em 1724 aos 14 anos, às vezes era conhecido como o "Calculador da Virgínia" por sua extraordinária capacidade de resolver problemas matemáticos complexos em sua cabeça. Ele foi perguntado quantos segundos havia em um ano, ele respondeu brevemente 31.536.000 segundos.

 Ele foi perguntado novamente quantos segundos um homem que tem 70 anos, 17 dias e 12 horas viveu, ele respondeu em um minuto e meio 2.210.500.800. Um dos homens estava resolvendo os problemas no papel e informou a Fuller que estava errado porque a resposta era muito menor. Fuller respondeu apressadamente: "Não, você se esqueceu dos anos bissextos. Quando os anos bissextos foram adicionados à conta, as somas coincidiram."

 Fuller foi um dos primeiros casos registrados na literatura da síndrome do homem sábio, quando em 1789, Benjamin Rush, o pai da psiquiatria americana, descreveu sua incrível capacidade de calcular, sem ter educação e formação em matemática, sua habilidade foi usada como prova de que os afro-americanos escravizados eram iguais aos brancos em inteligência, alimentando algumas discussões pró-abolicionistas.

https://www.geledes.org.br/tom-fuller-calculadora-da-virginia-era-um-escravo-analfabeto/

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

HEROIS BRASILEIROS

Herói CABO VERDIANO

O esquecido Herói CABO VERDIANO da Marinha Brasileira.
O Marinheiro Simão Manuel Alves Juliano, nascido na Ilha de Santo Antão, em Cabo Verde. Descrito na Imprensa como "indómito lobo do mar, filho ilustre de Cabo Verde".
Em 1852, imigrou para o Brasil, onde foi recrutado marinheiro, servindo na Esquadra Imperial a bordo do vapor “Pernambucana” que naufragou durante uma tempestade próximo ao Cabo de Santa Marta, em 8 de outubro de 1853. Já salvo em terra, Simão decidiu voltar ao mar, resgatando os treze sobreviventes, entre eles um idoso cego. O feito de sua bravura se espalhou pelo Brasil e por Portugal, amplamente divulgado pela imprensa da época, passando o Marinheiro Simão a ser chamado de “Simão Salvador”. 

O Jornal "Marmota Carioca" descreve a Aclamação do Povo ao Herói: "No Rio de Janeiro foi acolhido com ruidosas manifestações de admiração e simpatia. Profundamente emocionado, com os olhos rasos de lágrimas, o bravo Simão mal pode esboçar uma palavra de agradecimento a tanta demonstração de apreço, que lhe era tributada, por onde passava."
Conhecedor do ato de bravura de Simão, Sua Majestade o Imperador do Brasil, dignou-se chamá-lo à sua presença e tratou-o com todas as honras e deferências, conferindo-lhe uma medalha de ouro que ostenta no anverso a sua Imperial Efígie e no reverso o dístico - "Ama ao próximo como a ti mesmo" (Alvará de 9 de Dezembro de 1853). "

Das próprias mãos de Sua Majestade o Imperador, recebeu Simão Salvador a medalha. Ao impô-la no peito do valoroso marinheiro o Imperador abraçou-o, enaltecendo as virtudes do homenageado. "  Dom Pedro II também ofereceu a Simão uma quantia generosa de oito contos de Reis, mas o prêmio foi recusado pelo marinheiro, dizendo que não fez mais que sua obrigação, de salvar as vidas de seus irmãos Brasileiros.
Não poderia ser indiferente ao Governo Português os relevantes serviços prestados por Simão Salvador e, assim, por Decreto de 14 de Dezembro de 1853 Sua Majestade El-Rei, Dom Pedro V,  em "atenção ao acto de heroismo e filantropia que praticara com grande risco da própria vida e em testemunho público do grande apreço em que tem tão relevante serviço prestado ã humanidade» o premiou, fazendo-lhe mercê de uma medalha de ouro, mandada  executar especialmente, a qual contem à frente a efígie de Sua Majestade D. Maria II e no reverso ao centro, entre duas palmas — Ao MÉRITO — FILANTROPIA — GENEROSIDADE e em volta AO SÚBDITO PORTUGUES SIMÃO 7 de Outubro de 1853." 

Anos depois de seu ato de heroísmo, Simão decide voltar a sua terra natal em Cabo Verde, onde também foi recebido como Herói. Faleceu em Ponta do Sol, ilha de Santo Antão, em 1873. 

Fonte:  Marinheiro Simão Salvador, Brito Semedo. O Rio de Janeiro: sua historia, monumentos, homens notaveis, 1877.

Via: A História Esquecida


 


quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Campeonato de Capoeira em 1975 no Rio de Janeiro


 Cinejornal: Acervo Arquivo Nacional/Fundo Agência Nacional Brasil Hoje nº 120

Campeonato de Capoeira  1975:

 depoimento de um dos vencedores - 

BR RJANRIO EH.0.FIL, BHO.121