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sábado, 23 de março de 2013



Civilização Banto/Contribuições para a cultura brasileira

                                 File:Rugendas - Escravos Benguela, Angola, Congo, Monjolo.jpg
A maior parte dos escravos negros que vieram para o Brasil eram de etnias bantas (congo, benguela, ovambo, cabinda, angola, macua, angico etc.). A despeito do intenso processo de aculturação a que foram submetidos quando chegaram no Brasil, muito de sua cultura original preservou-se. M
"Munguzá" vem de mu'kunza, "milho cozido". "Murundu" vem de mulun'du. "Muxiba" vem de mu´xiba, "nervo, veia". "Quiba" e "quibas" vêm de kiba, "pele, couro". "Quenga" vem kienga, "tacho". "Quibaca" vem de kibaka, "ombreira". "Quibebe" vem de kibebe.uito do vocabulário atual do português que é falado no Brasil, por exemplo, tem origem banta. Mais especificamente, se origina do idioma quimbundo, uma das línguas nacionais de Angola.
Por exemplo: "banza" vem de mbanza. "Banzar" vem de kubanza. "Berimbau" vem de mbirimbau. "Bunda" vem de mbunda. "Cachimbo" vem de kixima, palavra que também originou "cacimba". "Caçula" vem de kasule. "Cacumbu" vem de ka, "pequeno" e kimbu, "machado". "Cacunda" vem de kakunda. "Cafuné" vem de kifunate, "torcedura". "Calango" vem de kalanga.
"Camundongo" vem de kamundong. "Candimba" vem de kandemba. "Canjica" vem de kanjika. "Capanga" vem de kappanga. "Carimbo" vem de kirimbu, "marca". "Caxinguelê" vem de kaxinjiang'elê, "rato de palmeira". "Cochilar" vem de kukoxila. "Curiango" vem de kurianga, "preceder". "Curinga" vem de kuringa, "matar".
"Dendê" vem de ndénde, "palmeira". "Farofa" vem de falofa. "Fubá" vem de fuba. "Ganja" (no sentido de "vaidade") vem de nganji. "Ganzá" vem de nganza, "cabaça". "Jiló" vem de njilu. "Macaia" vem de ma'kaña. "Macota" vem de ma'kota, "os maiores".
"Maculo" vem de ma'kulu. "Macumba" vem de ma´kumba. "Marimba" vem de marimba.
"Marimbondo" vem de ma (prefixo de plural) + rimbondo, "vespa". "Maxixe" vem de maxi'xi. "Mocambo" vem de mu´kambu, "cumeeira". "Molambo" vem de mu´lambu, "pano". "Moleque" vem de mu´leke, que significa "menino". "Moqueca" vem de mu´keka. "Muamba" vem de mu´hamba, "carga". "Mucama" vem de mu´kama, "amásia escrava". "Mugunzá" vem de mu´kunza, "milho cozido". "Mumbanda" vem de mi-nbamda, "mulher". "Mumbica" vem de mu'bika, "escravo".
"Quiçaça" vem de kisada, "moita, ramo". "Quiçamba" vem de kisambu, "samburá grande". "Quilombo" vem de kilombo, "povoação". "Quimanga" vem de kimanga, "alcofa, cesto.
"Quimbanda" vem de kimbanda, "curandeiro". "Quitanda" vem de kitanda, "feira". "Quitute" vem de kitutu, "indigestão". "Samba" vem de semba, "umbigada". "Senzala" vem de sanzala. "Soba" vem de soba. "Tanga" vem de tanga, "pano". "Tungar" vem de tunga, "madeira, pancada". "Tutu" vem de ki´tutu. "Umbanda" vem de umbanda, "magia". "Xingar" vem de kuxinga, "injuriar".
Muitos alimentos cultivados e consumidos pelas populações bantas se incorporaram à alimentação cotidiana da população brasileira, como o jiló, a melancia, o maxixe, a galinha d'angola, o quiabo, o azeite de dendê e o feijão-fradinho. No campo da música, os bantos forneceram grande parte do ritmo que caracteriza a música brasileira. O gosto dos bantos pelos batuques, atabaques e instrumentos de percussão se refletiu em gêneros musicais como o samba, a bossa nova, o coco, o maracatu, o pagode etc. Um instrumento musical introduzido na música brasileira provavelmente pelos bantos foi a cuíca, que acredita-se originalmente ter sido criada para imitar os sons dos animais e ajudar desta forma a atraí-los para serem caçados.
Em Salto de Pirapora, no estado de São Paulo, existe, até hoje, um dialeto derivado das línguas bantas. É a cupópia, que é usada juntamente com o português e que se compõe de uma mistura dos idiomas quicongo, quimbundo e umbundo. Em duas cidades do estado de Minas Gerais, também sobrevivem, até hoje, línguas de origem banta: em Patrocínio (a língua calunga) e em Bom Despacho (a gira da Tabatinga). Embora todas as três línguas estejam em processo de extinção, devido ao reduzido número de pessoas que as conhecem.
A atual arte marcial da capoeira foi criada no Brasil pelos escravos bantos procedentes do sul de Angola, que praticavam, em sua terra de origem, uma luta que tinha por objetivo encostar o pé na cabeça do oponente, num movimento semelhante ao coice de uma zebra. Tal luta, chamada n'golo ("zebra" em quimbundo), era praticada ao som de tambores e possuía muitos movimentos semelhantes à capoeira atual. O vencedor das competições da luta tinha o direito de escolher uma noiva sem ter de pagar o dote, na cerimônia de iniciação das mulheres chamada mufico, efico ou efundula. O berimbau, o principal instrumento utilizado na capoeira, também é originário dos povos bantos do sul da África.
A festa típica da congada é uma referência direta às antigas cerimônias envolvendo os reis do Congo, as quais foram trazidos para o Brasil pelos escravos dessa região. Na festa do congo de Vila Bela da Santíssima Trindade, no estado brasileiro do Mato Grosso, as descendentes de quilombolas fabricam uma bebida típica à base de aguardente, gengibre e mel chamada kanjinjin. O nome é uma homenagem a um famoso príncipe africano chamado Cangingin, filho do rei do Congo.
Fugindo às opressões da escravidão, muitos escravos fugiam das fazendas e se refugiavam nos "quilombos", palavra do idioma quimbundo que significa "povoação", "acampamento fortificado". Eram cidades formadas por escravos fugidos e que reproduziam os costumes sociais africanos. O maior dos quilombos foi o de Palmares, no atual estado de Alagoas, cujo líder Zumbi se tornou símbolo da luta dos negros pelo reconhecimento de seus direitos. A data da morte de Zumbi, 20 de novembro, se tornou o dia da Consciência Negra, que é feriado em muitas localidades brasileiras. Zumbi significa "duende", em quimbundo. Ele era neto de Aqualtune, princesa do Congo que havia sido capturada e vendida como escrava no Brasil.
Outro levante famoso de escravos foi o liderado por Manuel Congo, na cidade de Pati do Alferes, no Rio de Janeiro, em 1838. Aproximadamente quatrocentos escravos fugiram de duas fazendas e se refugiaram na mata. Entre eles, muitos escravos com nomes que faziam referência à cultura banto, como por exemplo Vicente Moçambique, Afonso Angola, Josefa Angola, Emília Conga e Justino Benguela. Os escravos rebelados acabaram sendo recapturados, muitos deles, açoitados e Manuel Congo, enforcado. Em 2003, o Decreto 4 887 passou a regular a identificação e a legalização dos territórios remanescentes dos antigos quilombos. A medida significa um reconhecimento oficial por parte do governo brasileiro dos direitos dos descendentes de escravos e do valor de sua cultura. Várias sociedades africanas que utilizavam determinadas palavras parecidas foram chamadas de bantu pelos europeus.
Aplica-se a palavra sem "s" (plural) porque o termo original africano - bantu - já significa um coletivo de seres humanos.
Alguns registros indicam que os bantu eram da atual região de Camarões e, em cerca de 1000 A.C., começaram a migrar para o sul.
Esta migração se estendeu pelos séculos III e IV D.C. levando os bantu a se concentrarem no centro-sul da África, atuais regiões de Angola, Congo, República Democrática do Congo, Uganda, Namíbia, Zâmbia, Moçambique, Botswana e Zimbabwe.
Nas novas regiões que ocuparam, os bantu introduziram a metalurgia, a agricultura e a forma de governo centralizada. Formaram sociedades matrilineares nas quais as terras cultivadas eram consideradas dos antepassados, as florestas eram comunitárias e o trabalho era individual.
Muitos indivíduos de grupos banto foram trazidos para as Américas, escravizados, nos primeiros séculos do tráfico de escravos. Estes grupos foram maioria na Bahia, Alagoas, Pernambuco, Maranhão, Minas Gerais e Rio de Janeiro. E em muitos momentos reproduziram aqui sua organização (especialmente nos quilombos), sua arte e visão de mundo.
A capoeira, a congada, as danças e cerimônias cateretê, caxambu, batuque, samba, jongo, lundu e maracatu são herança banto, assim como o candomblé-de-angola, onde a capoeira angola encontra ligações.
POSTADO POR MESTRE BICHEIRO