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sábado, 13 de janeiro de 2024

Herois Esquecidos


A CALCULADORA HUMANA

 Thomas Fuller, um africano vendido como escravo em 1724 aos 14 anos, às vezes era conhecido como o "Calculador da Virgínia" por sua extraordinária capacidade de resolver problemas matemáticos complexos em sua cabeça. Ele foi perguntado quantos segundos havia em um ano, ele respondeu brevemente 31.536.000 segundos.

 Ele foi perguntado novamente quantos segundos um homem que tem 70 anos, 17 dias e 12 horas viveu, ele respondeu em um minuto e meio 2.210.500.800. Um dos homens estava resolvendo os problemas no papel e informou a Fuller que estava errado porque a resposta era muito menor. Fuller respondeu apressadamente: "Não, você se esqueceu dos anos bissextos. Quando os anos bissextos foram adicionados à conta, as somas coincidiram."

 Fuller foi um dos primeiros casos registrados na literatura da síndrome do homem sábio, quando em 1789, Benjamin Rush, o pai da psiquiatria americana, descreveu sua incrível capacidade de calcular, sem ter educação e formação em matemática, sua habilidade foi usada como prova de que os afro-americanos escravizados eram iguais aos brancos em inteligência, alimentando algumas discussões pró-abolicionistas.

https://www.geledes.org.br/tom-fuller-calculadora-da-virginia-era-um-escravo-analfabeto/

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

HEROIS BRASILEIROS

Herói CABO VERDIANO

O esquecido Herói CABO VERDIANO da Marinha Brasileira.
O Marinheiro Simão Manuel Alves Juliano, nascido na Ilha de Santo Antão, em Cabo Verde. Descrito na Imprensa como "indómito lobo do mar, filho ilustre de Cabo Verde".
Em 1852, imigrou para o Brasil, onde foi recrutado marinheiro, servindo na Esquadra Imperial a bordo do vapor “Pernambucana” que naufragou durante uma tempestade próximo ao Cabo de Santa Marta, em 8 de outubro de 1853. Já salvo em terra, Simão decidiu voltar ao mar, resgatando os treze sobreviventes, entre eles um idoso cego. O feito de sua bravura se espalhou pelo Brasil e por Portugal, amplamente divulgado pela imprensa da época, passando o Marinheiro Simão a ser chamado de “Simão Salvador”. 

O Jornal "Marmota Carioca" descreve a Aclamação do Povo ao Herói: "No Rio de Janeiro foi acolhido com ruidosas manifestações de admiração e simpatia. Profundamente emocionado, com os olhos rasos de lágrimas, o bravo Simão mal pode esboçar uma palavra de agradecimento a tanta demonstração de apreço, que lhe era tributada, por onde passava."
Conhecedor do ato de bravura de Simão, Sua Majestade o Imperador do Brasil, dignou-se chamá-lo à sua presença e tratou-o com todas as honras e deferências, conferindo-lhe uma medalha de ouro que ostenta no anverso a sua Imperial Efígie e no reverso o dístico - "Ama ao próximo como a ti mesmo" (Alvará de 9 de Dezembro de 1853). "

Das próprias mãos de Sua Majestade o Imperador, recebeu Simão Salvador a medalha. Ao impô-la no peito do valoroso marinheiro o Imperador abraçou-o, enaltecendo as virtudes do homenageado. "  Dom Pedro II também ofereceu a Simão uma quantia generosa de oito contos de Reis, mas o prêmio foi recusado pelo marinheiro, dizendo que não fez mais que sua obrigação, de salvar as vidas de seus irmãos Brasileiros.
Não poderia ser indiferente ao Governo Português os relevantes serviços prestados por Simão Salvador e, assim, por Decreto de 14 de Dezembro de 1853 Sua Majestade El-Rei, Dom Pedro V,  em "atenção ao acto de heroismo e filantropia que praticara com grande risco da própria vida e em testemunho público do grande apreço em que tem tão relevante serviço prestado ã humanidade» o premiou, fazendo-lhe mercê de uma medalha de ouro, mandada  executar especialmente, a qual contem à frente a efígie de Sua Majestade D. Maria II e no reverso ao centro, entre duas palmas — Ao MÉRITO — FILANTROPIA — GENEROSIDADE e em volta AO SÚBDITO PORTUGUES SIMÃO 7 de Outubro de 1853." 

Anos depois de seu ato de heroísmo, Simão decide voltar a sua terra natal em Cabo Verde, onde também foi recebido como Herói. Faleceu em Ponta do Sol, ilha de Santo Antão, em 1873. 

Fonte:  Marinheiro Simão Salvador, Brito Semedo. O Rio de Janeiro: sua historia, monumentos, homens notaveis, 1877.

Via: A História Esquecida