ARARIBOIA
Nascido em 1520 Ilha de Paranapuã.
Morte 1589 em Niterói.
ARARIBOIA (Cobra da Tempestade), filho de "Temiminós" Tribo rival aos Tupinambás, um Guerreiro que viveu no século XVI !!!!! "Martin Afonso de Sousa" .
... Fundador da Cidade de NITEROI-RJ, terras que ganhou por sua bravura em Batalha cm os cercavam a Baía de Guanabara, antes que o concreto moldasse as paisagens, vivia um guerreiro de coragem e alma indomável: Araribóia — "Cobra da Tempestade", como era chamado entre os seus.
Filho dos temiminós, tribo rival dos tupinambás, Araribóia nasceu sob o sol escaldante e os ventos do litoral. Desde cedo aprendeu a caçar, a remar pelos rios e a guerrear. Mas sua maior batalha ainda estava por vir.
Era o século XVI, e os franceses, liderados por Villegagnon, se instalaram na Baía de Guanabara, fundando a chamada França Antártica. Uniram-se aos tupinambás e desafiaram o domínio português sobre aquelas terras.
Do outro lado da baía, em Espírito Santo, Araribóia foi chamado pelos portugueses. Não por submissão, mas por estratégia — sabia que seu povo precisava de aliança para sobreviver. Com olhos de águia e coração de jaguar, conduziu seus guerreiros em canoas pelo mar, enfrentando tempestades e inimigos. Era o ano de 1567 quando se uniu a Estácio de Sá, português destemido que fundaria o Rio de Janeiro.
A guerra foi brutal. Flechas cruzavam os céus como raios, e o sangue manchava a areia das praias. Araribóia lutou com fúria, movido pelo espírito ancestral dos seus. Ao lado dos portugueses, derrotou os franceses e os tupinambás. A vitória foi celebrada com danças, tambores e silêncio de respeito pelos mortos.
Como recompensa, Araribóia recebeu terras do outro lado da baía — do lado do sol poente, onde as águas se escondem entre colinas e enseadas. Lá fundou São Lourenço dos Índios, a semente de Niterói, cujo nome em tupi significa "águas escondidas".
Mesmo batizado como Martim Afonso de Sousa, nunca abandonou sua alma indígena. Vestia-se com trajes europeus, mas caminhava como guerreiro. Certa vez, humilhado por um governador português, levantou-se com orgulho e disse:
"Mesmo que eu esteja vestido como vós, por baixo desta roupa bate o coração de um chefe temiminó!"
Araribóia morreu como viveu: firme, honrado, lembrado como fundador de Niterói e símbolo da resistência e sabedoria indígena.
Hoje, sua estátua observa a cidade, como um sentinela eterno da história, das raízes e do povo que veio antes de tudo.
Quadro "A morte de Estácio de Sá" Antônio Parreiras, de 1911. Arariboia representado ao centro em trajes íngenas.
Filho do chefe Maracajá-Guaçu, principal chefe dos temiminós, Arariboia foi o líder dos temiminós durante o confronto de temiminós e portugueses contra tamoios e franceses pelo controle da baía de Guanabara.
Depois de seu grupo ser expulso do Rio de Janeiro pelos inimigos indígenas e se mudar para o Espírito Santo, fundou a região de Carapina com a aldeia de São João.
Ao retornarem à baía de Guanabara juntamente com os portugueses, foram personagens fundamentais na conquista daquele espaço. Ele foi o primeiro a entrar no baluarte inimigo no confronto de 20 de janeiro de 1567, em Uruçumirim, no atual outeiro da Glória. Empunhava uma tocha, com a qual explodiu o paiol de pólvora e abriu caminho para o ataque.
Em um episódio com contornos de lenda, Arariboia teria atravessado as águas da baía a nado para liderar o assalto. O fato é que, com o seu apoio, a operação portuguesa contra os franceses foi um sucesso, tendo os portugueses obtido assim o controle sobre a baía de Guanabara.
Após a derrota dos tamoios, converteu-se ao cristianismo e adotou o nome de Martim Afonso de Sousa, em homenagem ao homônimo navegador português, que comandou uma exploração portuguesa que tocou a Guanabara em 1530. Como recompensa pelos seus feitos, foi agraciado com o titúlo de Cavaleiro da Ordem de Cristo,além de receber terras da Coroa Portuguesa.
Primeiramente recebeu um terreno no atual bairro de São Cristóvão, que fica próximo à Ilha do Governador. Essa localização foi indicada na Carta da Baía de Guanabara, do cartógrafo Luiz Teixeira, como a Aldea de Martinho.
Posteriormente, em 1573, recebeu um terreno no outro lado da Guanabara, onde teria a missão de proteger a entrada da baía. Tal sesmaria recebeu o nome de São Lourenço dos Índios. É apresentada por muitos como a origem da cidade de Niterói.
Segundo o padre jesuíta Gonçalo de Oliveira, ele se casou em 1570 na cidade do Rio de Janeiro com uma mulher indígena, referenciada pelos termos da época como mameluca, por ser filha de um português e uma indígena.
Essa mulher, também seguindo o costume daquele período, não foi nomeada pelo padre. O casamento foi descrito com acontecimento memorável: uma festa com um banquete, em que Arariboia partiu de sua aldeia com seis grandes canoas, e foi acompanhada por portugueses e temiminós.
Terminou os seus dias em conflito com o novo governador-geral da Repartição Sul do Estado do Brasil, Antônio Salema (1575-1577).
Na cerimônia oficial de posse, tendo Arariboia se deslocado de Niterói até o Rio de Janeiro, sentou-se cruzando as pernas. O fato veio a desagradar o governador, que o repreendeu. Arariboia rebateu tal repreensão retrucando: "Minhas pernas estão cansadas de tanto lutar pelo seu Rei, por isto eu as cruzo ao sentar-me, se assim o incomodo, não mais virei aqui." O já idoso cacique voltou, então, para a sesmaria de Niterói, não mais tendo retornado ao Rio de Janeiro.
A causa da morte de Arariboia é tida como incerta. Por muito tempo, acreditou-se que ele se afogara nas imediações da Ilha de Mocanguê, em 1589. Essa versão passou a ser contestada, no entanto, após o pesquisador Serafim Leite encontrar uma carta jesuítica datada do mesmo ano, que informava que Arariboia falecera vítima de uma epidemia.
Fonte: Wikipédia
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