A AJUDEM A CONTINUAR NOSSO TRABALHO DE CAPOEIRA ACEITAMOS DOAÇÕES: MATERIAIS E EM DINHEIRO C/P AG 3041 013 00016364-7 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL PALESTRAS, WORKSHOP, Email: mestrebicheiro@hotmail.com cel. 011993040746

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

O Papel e o Mar


Batalhão Zuarvos


A Guerra do Paraguai
E o Batalhão Zuarvos

Então vamos  a  1865 o Brasil, junto com a Argentina e o Uruguai, formaram a  Tríplice Aliança e  declarou guerra ao Paraguai. O exército brasileiro formou seus batalhões e suas linha de frentes, dentro destes, um imenso número de capoeiras, muitos foram "recrutados" nas prisões; e induzidos  a irem lutar na guerra ou morrer na cadeia, outros foram agarrados à força nas ruas do Rio e das outras províncias; aos escravos, foi prometida a liberdade no final do conflito.
Na própria marinha, o ramo mais aristocrático das Forças Armadas, destacou-se a presença dos capoeiras. Não entre a elite do oficialato, mas entre a "ralé" da marujada.

Marcílio Dias (o herói da Batalha do Riachuelo, embarcado no "Parnahyba") era rio-grandense e foi recrutado quando capoeirava à frente de uma banda de música. Sua mãe, uma velhinha alquebrada, rogou que não levassem seu filho; foi embalde, Marcílio partiu para a guerra e morreu legando um exemplo e seu nome. (Correio Paulistano, 17/6/1890)

Os capoeiras do Batalhão de Zuavos, especialistas em tomar as trincheiras inimigas na base da arma branca, fizeram misérias na Guerra do Paraguai.

Manuel Querino descreve-nos "o brilhante feito d'armas" levado a efeito pelas companhias de "Zuavos Baianos" no assalto ao forte Curuzu, quando os paraguaios foram debandados. Destacam-se dois capoeiras nos combates corpo-a-corpo: o alferes Cezario Alves da Costa - posteriormente condecorado com o hábito da Ordem do Cruzeiro pelo marechal Conde d'Eu -, e o alferes Antonio Francisco de Melo, também tripulante da já citada corveta "Parnahyba" que, entretanto, teve sua promoção retardada devido ao seu comportamento, observado pelo comandante de corpos: "O cadete Melo usava calça fofa, boné ou chapéu à banda pimpão e não dispensava o jeito arrevesado dos entendidos em mandinga". (REIS, L.V.S. Op.cit., 1997, p.55)

O 31º de Voluntários da Pátria - policiais da Corte do Rio de Janeiro com grande percentagem de capoeiras - também se destacou na batalha de Itororó: esgotadas as munições, "investiu contra os paraguaios com golpes de sabre e capoeiragem" (COSTA, Nelson in SOARES, op.cit., 1944, p.258).
Devido a estas ações de bravura e temeridade, começou a surgir dentro do Exército e da Marinha, de maneira velada e não-explícita, o mito que o capoeira seria o "guerreiro brasileiro".
Cinco anos depois, 1870, os sobreviventes da Guerra do Paraguai voltaram, agora transformados em "heróis", e flanavam soltos pelas ruas do Rio. Muitos engrossaram as fileiras das maltas cariocas e, não raro, pertenciam também à força policial.
Fonte: Nestor Capoeira & Wikipédia

Postado por Mestre Bicheiro

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Deus e o Capoeirista







Deus e o Capoeirista

Um certo momento  apareceu Deus e criou o mundo .
Deu a ela o céu,terra,agua, e o ar. Com a água fez os rios,lagos  e o mar .
Na terra fez as arvores e todo verde, olhou para cima e  para baixo viu que faltava algo.
E disse tenha  Vida.
Nisso criou os animais  e  o homem.
Numa das conversa do homem com Deus:
Homem disse:
- senhor estou um pouco sozinho gostaria de fazer algo estar em movimento ocupar meu dia fazer algo aqui.
Deus pensou e disse :
Tá bom vou lhe dar algo de dentro de vc. Vai estar sempre dentro do seu coração na sua alma.
Algo que será sua companheira
E te ocupará suas horas e te dará muitas alegrias 
E vc cuidará dela e zela-ra por ela  e a passará para frente aos seus descendentes  e ela fará o mesmo por vc.
Ela se chama Capoeira...
 E o homem foi lá tirar sua essencia de dentro  buscar o que deus colocou dentro dele. 
Treinando
Como e de sua natureza 
Tentando Melhorar
 E o capoeirista pensou uma hora e disse.
Tá faltando  algo ...
e disse meus deus não tem um tempero algo pra melhorar Deus riu e deu o Berimbau a ele.
Tá bom agora  perguntou Deus
Sim disse o capoeirista e saiu cantando tocando  pulando feliz.
Mas como é da natureza do capoeirista .
É mas poderia ficar melhor, mais quente.
E perguntou a Deus 
Mas se não tem uma pimentinha não
algo quente, o dendê....
Deus ficou sério olhou para frente  e disse...
Vou te ensinar...
Solta as cobras no caminho.
Aí o capoeirista viu seu sapato apertado  vendo as cobras sempre querendo lhe dar o  bote .
Aí foi a deus  
e lhe confessou .
 Sr  tá muito apimentada ...
Muito quente...
Aí deus riu e lhe disse vou lhe dar algo  chama se reza ladainha....
E deus lhe deu.
Aí o capoeirista saiu todo feliz.
E cantando ...
Iê  Tira a cobra do caminho Sr São Bento...
Tira a cobra do caminho camará...

                                                                  Fim

                                                   Mestre Bicheiro

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Pres.Nilo Procópio Peçanha

VOCÊ  SABIA QUE O BRASIL JÁ TEVE UM PRESIDENTE DA REPÚBLICA NEGRO?

Pois é! Dificilmente você verá isso nas salas de aulas pelo Brasil afora. Seu nome era Nilo Procópio Peçanha, natural do morro do côco em Campos dos Goytacazes(Rj). A infância pobre na periferia, não lhe impediu de formar- se em direito pela Faculdade de Direito de Recife e, de volta a Campos, ainda periodo escravista em 1897, o mesmo esteve presente como advogado e jornalista, nas lutas pela abolição da escravatura, e constituição da República.

O PRECONCEITO RACIAL

Sua esposa, Anita, natural de uma família branca e nobre, teve que romper as suas relações com a sua própria mãe, que não aceitava o seu casamento com o mesmo, por este ser de origem negra, a referida sogra em questão, morreu sem querer vê a própria filha. Nas relações  políticas, o mesmo era chamado tanto pela imprensa, quanto pelos companheiros de congresso pelo pseudônimo "o mulato do morro do côco". Lembrando que no período em questão, não eram permitido aos negros, mulheres, índios e analfabetos(independente da cor), o direito ao voto.

A VIDA POLITICA

Foi por duas vezes governador do Rio de Janeiro, foi senador e ministro das relações exteriores e presidente da República.

A CHEGADA A PRESIDENCIA

Em 1906 Afonso Pena tornou se o sexto presidente da República, na História do Brasil, este porém faleceu de pneumonia em 1909. Seu vice Nilo peçanha assumirá no mesmo ano a presidência do país, governando até 1910, o fim do seu mandato.

PRINCIPAIS OBRAS

Recriou o ministerio da agricultura que tinha sido extinto no mandato presidente marechal Floriano Peixoto. Criou do Serviço de Proteção ao Índio (que depois dará vez a atual FUNAI). Nilo também  desenvolveu o primeiro ensino técnico no Brasil (com as Escolas de Aprendizes de Artífices), criou a lei que permitiu, pela primeira vez, o trabalho feminino nas repartições públicas.

A MORTE

Após ser derrotado para Arthur Bernardes nas eleições presidenciais de 1921, Nilo faleceu em 1924 vítima de tuberculose. Deixando na História o verdadeiro sentido da palavra superação


Creditos; .

Clarice Lispector – Biografia, Principais Obras, Poemas e Frases;

.Quem Foi Mahatma Gandhi?
Biografia de Dilma Vana Rousseff – Da sua Juventude até o Impeachment!

Biografia de Aleijadinho – Quem Era? Quais Suas Obras? Curiosidades!

Quem Foi Joaquim Nabuco? Obras e Ideias sobre Abolicismo! – Biografia

Hobbes – Biografia, Principais Ideias e Obras, Resumo

Biografia de Augusto dos Anjos – Quem Foi? Principais Obras e Poesias!

Nilo Peçanha – Biografia, Carreira Política e Características do Governo

Texto:
Antônio Luiz Campos (boa alma)

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Site de pesquisa sobre problemas sociais

*A mais ampla lista de filmes e documentários disponíveis no YouTube e já compiladas*

*4 DOCUMENTÁRIOS PARA COMPREENDER O SISTEMA PENITENCIÁRIO FEMININO NO BRASIL*

1) Bagatela https://www.youtube.com/watch?v=VrgY_ol9lC4

2) As mulheres e o cárcere
https://www.youtube.com/watch?v=cTSgBhSU-dI

3) O cárcere e a rua
https://www.youtube.com/watch?v=fr3blY9FlOo

4) Se eu não tivesse amor
https://www.youtube.com/watch?v=TF8S5oGkL-c

*6 DOCUMENTÁRIOS PARA COMPREENDER O SISTEMA PENITENCIÁRIO NO BRASIL*

1) Entre a luz e a sombra
https://www.youtube.com/watch?v=rxCbhAQmfXM

2) Justiça
https://www.youtube.com/watch?v=94U2ypC4v0A

3) Juízo (sobre adolescentes em conflito com a lei)
https://www.youtube.com/watch?v=HfMcMIp_7Ao

4) O prisioneiro da grade de ferro
https://www.youtube.com/watch?v=2Oap5lUSp6w

5) Sem pena
https://youtu.be/2pctKmjMigQ

6) Quanto mais presos, maior o lucro
https://vimeo.com/96243525?width=1080

*17 DOCUMENTÁRIOS PARA DEBATER HOMOFOBIA, LESBOFOBIA E TRANSFOBIA*

1) Vestidas de noiva
https://www.youtube.com/watch?v=B5lbwvyqb_A

2) Leve-me pra sair
https://www.youtube.com/watch?v=mFaV5wMw3Vs

3) Protagonismo Trans
https://www.youtube.com/watch?v=k4yJ3ZoxaAg

4) The Pearl of Africa
https://www.youtube.com/watch?v=7RG6_vZEXwQ

5) (Trans)parência
https://www.youtube.com/watch?v=Tj0XflQXu0k

6) Entre lugares: a invisibilidade do homem trans
https://www.youtube.com/watch?v=kJrTqw2HOwg

7) Negras lésbicas
https://www.youtube.com/watch?v=Ljmt-qGgBzo

8) A vida que não cabe
https://www.youtube.com/watch?v=pJYsrdJaByI

9) Uma dama de ferro
https://www.youtube.com/watch?v=zdtNOHia1qA

10) Os tabus sociais na percepção de gêneros e papéis sexuais
https://www.youtube.com/watch?v=8wDzXSlrs5Q

11) Bichas, o documentário
https://www.youtube.com/watch?v=0cik7j-0cVU

12) Em defesa da família
https://www.youtube.com/watch?v=apMVtUId4mA

13) O riso dos outros
https://www.youtube.com/watch?v=zqlRD3E72sI

14) Não Fique Calado Diante da Homofobia
https://www.youtube.com/watch?v=-gTc8IhzlQo

15) Be Like Others: Transsexual in Iran
https://www.youtube.com/watch?v=3rAaBJoOqpk

16) "T"
https://www.youtube.com/watch?v=0Sit-1ZEx40

17) A Jihad for Love -Jihad do Amor: homossexualidade e islamismo
https://www.youtube.com/watch?v=0pBOFC1M8Gg

*10 DOCUMENTÁRIOS PARA DEBATER GÊNERO, CLASSE E RAÇA*

1) Doméstica
https://www.youtube.com/watch?v=NVl1wptZdS4

2) Mucamas
http://www.videocamp.com/pt/movies/mucamas-2015

3) The true cost
https://www.youtube.com/watch?v=OaGp5_Sfbss

4) 25 de julho: feminismo negro contado em primeira pessoa
https://www.youtube.com/watch?v=J6ev2V-Ee3U

5) Como se fosse da família
https://vimeo.com/111841020

6) Garapa
https://www.youtube.com/watch?v=0HUW_MICVVg

7) Meninas
https://www.youtube.com/watch?v=92WaYgChtDo

8) Dandaras: a força da mulher quilombola
https://www.youtube.com/watch?v=RSW3uEfk4QU

9) Mães de maio: um grito por justiça
parte 1 - https://www.youtube.com/watch?v=Y4STk8g3uI4
parte 2 - https://www.youtube.com/watch?v=yFwtI0C13Yw

10) Catadora de sonhos
https://www.youtube.com/watch?v=GK5-JdYxWjM

*14 DOCUMENTÁRIOS PARA COMPREENDER A GUERRA ÀS DROGAS*

1) Dancing with the Devil - Dançando com o Diabo
https://www.youtube.com/watch?v=jWPWa5hdj4E

2) Notícias de uma guerra particular
https://www.youtube.com/watch?v=EAMIhC0klRo

3) Falcão - Meninos do tráfico
https://www.youtube.com/watch?v=w6PWF1u3rhc

4) Morri na maré
http://apublica.org/2014/03/morri-na-mare-assista-ao-minidoc/

5) Entre muros e favelas
https://www.youtube.com/watch?v=sghpqM4g334

6) O Estopim
https://www.youtube.com/watch?v=fxNRBBWMq9c

7) Eu sei que a polícia vai me matar
https://www.youtube.com/watch?v=dVYGlrnT8vw

8) Cortina de fumaça
https://www.youtube.com/watch?v=K_N1q5DAri4

9) Helicoca - O helicóptero de 50 milhões de reais
https://www.youtube.com/watch?v=i_hJDNvaeKM

10) Sobre a falida guerra às drogas
https://www.youtube.com/watch?v=gCHP25xTz8o

11) Tráfico de drogas: A guerra que o mundo perdeu
https://www.youtube.com/watch?v=0bhnJuy6vtA

12) Histórias de uma guerra perdida
https://www.youtube.com/watch?v=GYHQWGe3L7U

13) Quando eu me chamar saudade
https://www.youtube.com/watch?v=JS2u9v4gj38

14) The House I Live In (Guerra contra as drogas)
https://www.youtube.com/watch?v=a0atL1HSwi8

*9 DOCUMENTÁRIOS PARA DEBATER ABORTO E VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA*

1) Clandestinas
https://www.youtube.com/watch?v=7nikE1c5-Wg Ok

2) O aborto dos outros
https://www.youtube.com/watch?v=de1H-q1nN98

3) Fim do silêncio
https://vimeo.com/6251893

4) Violência obstétrica: a voz das brasileiras
https://www.youtube.com/watch?v=eg0uvonF25M

5) A dor além do parto
https://www.youtube.com/watch?v=cIrIgx3TPWs Ok

6) O renascimento do parto
https://www.facebook.com/orenascimentodoparto/

7) Nascer no Brasil: Parto, da violência obstétrica às boas práticas
https://www.youtube.com/watch?v=Q9G5uyRKsyk

8) Somos lo que hacemos para cambiar lo que somos
https://www.youtube.com/watch?v=6B0qWB5fbOo

9) Historias de genero: violencia obstetrica
https://www.youtube.com/watch?v=iaJZmZm1S88

*28 DOCUMENTÁRIOS PARA DEBATER RACISMO*

1) Olhos azuis
https://vimeo.com/67460531

2) Chacinas nas periferias
https://www.youtube.com/watch?v=53rQggrAouI

3) The Colour of Money - A História do Racismo e do Escravismo
https://www.youtube.com/watch?v=0NQz2mbaAnc

4) Raça Humana
https://www.youtube.com/watch?v=y_dbLLBPXLo

5) O negro no Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=zJAj-wGtoko

6) Ninguém nasce assim
https://www.youtube.com/watch?v=6H_xfUCLWBY

7) Racismo Camuflado no Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=zJVPM18bjFY

8) Negro lá, negro cá
https://www.youtube.com/watch?v=xPC16-Srbu4

9) Vidas de Carolina
https://www.youtube.com/watch?v=AkeYwVc2JL0

10) Negros dizeres
https://www.youtube.com/watch?v=yjYtLxiVQ7M

11) Mulher negra
https://www.youtube.com/watch?v=WDgGLJ3TPQU

12) Negro Eu, Negro Você
https://www.youtube.com/watch?v=lpT17VJpnX0

13)A realidade de trabalhadoras domésticas negras e indígenas
https://www.youtube.com/watch?v=s4UsjpFg2Vg

14) Espelho, Espelho Meu!
https://www.youtube.com/watch?v=44SzV2HSNmQ

15) Open Arms, Closed Doors
https://www.youtube.com/watch?v=uXqpOFBXjBs

16) The Brazilian carnival queen deemed 'too black'- A Globeleza que era negra demais
https://www.youtube.com/watch?v=3yp4Fg_eT_c

17) Boa Esperança - minidoc
https://www.youtube.com/watch?v=3NuVBNeQw0I

18) Você faz a diferença
https://vimeo.com/27014017#at=70

19) Memórias do cativeiro
https://www.youtube.com/watch?v=_Hxhf_7wzk0

20) Quilombo São José da Serra
https://www.youtube.com/watch?v=f0asl1-SpP4

21) 7%
https://www.facebook.com/usp7doc/

22) Menino 23
https://www.youtube.com/watch?v=4wmraawmw38

23) Pele Negra, Máscara Branca
https://www.youtube.com/watch?v=sQEwu_TJi0s

24) Introdução ao pensamento de Frantz Fanon
https://www.youtube.com/watch?v=mVFWJPXscm0

25) Invernada dos Negros
https://www.youtube.com/watch?v=TCyu-Tb6D1o

26) A negação do Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=jJFCEpc7aZM&list=PLIZ9Dyq1zKSpZhKAvbk3Pa-UxD9FoQ3Vw

27) Sua cor bate na minha
https://www.youtube.com/watch?v=gm-WjcZwgvg

28) História da Resistência Negra no Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=68AApIpKuKc

*13 DOCUMENTÁRIOS PARA DEBATER CULTURA DO ESTUPRO E FEMINICÍDIO*

1)Justiceiras de Capivari
https://www.youtube.com/watch?v=49pUMIPABBY

2) India's Daughter
https://www.youtube.com/watch?v=JoGtGv2KS48

3) Índia, Um País Que Não Gosta De Mulheres
https://www.youtube.com/watch?v=8BhojKJSrD8

4) Canto de cicatriz
https://www.youtube.com/watch?v=DHYt-a5say8

5) The Hunting Ground
https://www.youtube.com/watch?v=GBNHGi36nlM

6) A Guerra Invísivel
https://www.youtube.com/watch?v=M_yZ9ywEOMk&feature=share

7) Ghost Rapes of Bolivia - Os estupros fantasma da Bolívia
Parte 1 https://www.youtube.com/watch?v=TSlc_Zib2nw
Parte 2 https://www.youtube.com/watch?v=eCwMxAatmbg

8) Entrevista Gabriela Manssur
https://www.youtube.com/watch?v=bU9yOFvZNbU

9) A cada 11 minutos, uma vítima
https://www.youtube.com/watch?v=UdhlxCrx9Pc

10) Desumanidades
https://www.youtube.com/watch?v=NFPSS3qoWeU

11) The breast ironed girls
https://www.youtube.com/watch?v=4Jwl7QPf_vU

12) A Girl In The River
https://www.youtube.com/watch?v=gRuYdzPpMWU

13) It's a girl! É menina!
https://vimeo.com/100378967

*17 DOCUMENTÁRIOS PARA DEBATER ISLAMOFOBIA E O RACISMO CONTRA ÁRABES*

1) Filmes Ruins, Árabes Malvados Como Hollywood transforma um povo em Vilão
https://www.youtube.com/watch?v=lI_qYcxe5_g

2) Somos franceses
https://vimeo.com/97124824

3) This is Palestine - Shadia Mansour
https://www.youtube.com/watch?v=wuj8lrE-9Qs

4) Versos migrantes
https://www.youtube.com/watch?v=hDGsbGHddYU

5) Malala
https://www.youtube.com/watch?v=cug1-eTOVSk

6) A Palestina Ainda é a Questão/Palestine Is Still The Issue
https://www.youtube.com/watch?v=EYvOQHExhnY

7) Os palestinos nos livros escolares de Israel (Como se faz a desumanização de um povo)
https://www.youtube.com/watch?v=GCcV7AtYgwo

8) Terror Sionista em Gaza
https://www.youtube.com/watch?v=8N6ZLcoSnlU

9) Tears of Gaza
https://www.youtube.com/watch?v=6LMAF1z4RiE

10) Fogos Sobre o Mármara
http://www.dailymotion.com/video/xj5bfw_fuego-sobre-el-marmara-xvid-parte-1-legendado-portugues-br_news

11) Budrus
https://www.youtube.com/watch?v=ff7rScVrbos

12) Atirar num elefante
https://www.youtube.com/watch?v=3UxKkDv3CTE

13) As crianças de Gaza
Parte 1 https://www.youtube.com/watch?v=0lbz3ptEpPs
Parte 2 https://www.youtube.com/watch?v=cwri-nDlu94
Parte 3 https://www.youtube.com/watch?v=tgSydBW8fCw
Parte 4 https://www.youtube.com/watch?v=8xBahIOoKMA

14) Ocupação 101
https://vimeo.com/23631320

15) Promessas de um novo mundo
https://www.youtube.com/watch?v=YkQmb37fxts

16) Islamophobia: Cause & Effect
https://www.youtube.com/watch?v=XEXl_sYwW8U

17) The Square
https://www.youtube.com/watch?v=twB2zAOzsKE

*14 DOCUMENTÁRIOS PARA DEBATER CAPITALISMO*

1) Capitalism: A Love Story / Capitalismo: uma história de amor
https://www.youtube.com/watch?v=FaMRSjiL4IE

2) O Fim da Pobreza? / The End Of Poverty?
https://vimeo.com/69464025

3) Migrantes
https://www.youtube.com/watch?v=Laf1BwcGpgI

4) Man - Homem
https://www.youtube.com/watch?v=5XqfNmML_V4

5) História das Coisas
https://www.youtube.com/watch?v=x_PmgSf3LSs

6)Consumismo, Capitalismo e Neoliberalismo
https://www.youtube.com/watch?v=ZhSBHmDlxs8

7) 97% Owned - 97% Privado
https://www.youtube.com/watch?v=XcGh1Dex4Yo

8) Catastroika
https://www.youtube.com/watch?v=RXYAJF9ZmkY

9) A Corporação
https://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY

10) O mundo global visto do lado de cá
https://www.youtube.com/watch?v=-UUB5DW_mnM

11) A Ascensão do Dinheiro
https://www.youtube.com/watch?v=LPnn2OBYIRY&list=PL0VcnQ92XNVYQatJF5bBZIhmoOl2j7kgs

12) A ponte
https://vimeo.com/14814248

13) Da servidão moderna
https://www.youtube.com/watch?v=Up8tjRRne_0

14) WalMart O Custo Alto do Preço Baixo
https://www.youtube.com/watch?v=YvURUfKLeG0

*15 DOCUMENTÁRIOS PARA COMPREENDER A QUESTÃO INDÍGENA - CULTURA, GENOCÍDIO E RESISTÊNCIA*

1) À Sombra de um Delírio Verde
https://www.youtube.com/watch?v=c2_JXcD97DI

2) Flor Brilhante e as cicatrizes de pedra
https://www.youtube.com/watch?v=7UHCVMQioew

3) A Nação Que Não Esperou Por Deus
https://www.youtube.com/watch?v=1cEq7ETB200

4) Índio cidadão?
https://www.youtube.com/watch?v=t-GUcjbEAJA

5) Indígenas digitais
https://www.youtube.com/watch?v=T2I7ovB6E7k

6) Povos Indígenas: Conhecer para valorizar
https://www.youtube.com/watch?v=MwMEuK-DfEw

7) Tribo Avá-Canoeiro: a história de um "povo invisível" nas matas do país
https://www.youtube.com/watch?v=T9hSRn2UuF4

8) Mitã
https://www.youtube.com/watch?v=xiUbI17eNfE

9) Ditadura Criou Cadeias para Índios com Trabalhos Forçados e Torturas
https://www.youtube.com/watch?v=FwSoU3r1O-Q

10) Vale dos esquecidos
https://www.youtube.com/watch?v=bmaaGjC4-Kg

11) Índios no Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=QQA9wuGgZjI

12) Indígenas, a luta dos povos esquecidos
https://www.youtube.com/watch?v=iOSUYeCD4tw

13) Terra Vermelha
https://www.youtube.com/watch?v=nOCFZWF_Wb4

14) Corumbiara
https://www.youtube.com/watch?v=QiBh5jNGSpI

15) Mbyá Reko Pyguá, a luz das palavras
http://curtadoc.tv/curta/comportamento/mbya-reko-pygua-a-luz-das-palavras/

*16 DOCUMENTÁRIOS PARA DEBATER SAÚDE MENTAL E A LUTA ANTIMANICOMIAL*

1) Saúde Mental e Dignidade Humana
https://www.youtube.com/watch?v=Ult9ePwpvEY

2) A Casa dos Mortos
https://www.youtube.com/watch?v=noZXWFxdtNI

3) Vozes da voz
http://curtadoc.tv/curta/direitos-humanos/vozes-da-voz/

4) Holocausto Brasileiro : O impacto refletido na sociedade
https://www.youtube.com/watch?v=aqXd7k9fT6I

5) Em nome da Razao - O Holocausto Brasileiro
https://www.youtube.com/watch?v=Hya1u-bRn8s

6) Profissão Repórter – Saúde Mental
https://www.youtube.com/watch?v=1SG1g-7vSIc

7) Protagonistas- Tratamento Antimanicomial
https://www.youtube.com/watch?v=nxu8bfRMvpc

8) Caminhos da reportagem
https://www.youtube.com/watch?v=6zaOfJpOZMk

9) Dos Loucos e das Rosas
https://www.youtube.com/watch?v=dQMIUqj6tPw

10) Esta é minha casa
https://www.youtube.com/watch?v=zVrx7gPegek

11) Esquizofrenia – Entre o Corpo e a Alma
https://vimeo.com/20449439

12) Um encontro com Lacan
https://www.youtube.com/watch?v=S-QtbFaZjmw

13) Epidemia de Cores
https://www.youtube.com/watch?v=7YpW52hbTW4

14) Pára-me de repente o pensamento
https://www.youtube.com/watch?v=7pbgZz_fEBo

15) Estamira
https://www.youtube.com/watch?v=KFyYE9Cssuo

16) Autismos Entreditos
https://www.youtube.com/watch?v=oS4pC-cfjGM

terça-feira, 8 de maio de 2018

Herói Caboclo Bernado



Herói Caboclo Bernardo

Regência é uma das raras localidades brasileiras que serviu como berço para o nascimento de um genuíno herói.

O Caboclo Bernardo, como chamamos carinhosamente Bernardo José dos Santos, índio nativo da vila, consagrou a nossa história com sua bravura e valentia.
O navio Imperial Marinheiro, foi enviado para a região da Barra do Rio Doce, como se chamava a nossa atual Regência, com a importante missão de traçar a carta náutica da costa norte capixaba, devido ao grande fluxo de embarcações que necessitavam transitar no Rio Doce, e que acabavam naufragando ao se chocar com o pontal sul do rio, que esconde sorrateiro, recifes e bancos de areia a desafiar os navegantes.

Estavam a bordo do cruzador Imperial Marinheiro vários homens de patente da Marinha Brasileira, ex-combatentes da Guerra do Paraguai, preparados para missão designada, acabaram por serem vítimas do que viriam evitar aos outros.

Numa tempestade em setembro de 1887, encalha bem em frente a nossa vila, então Barra do Rio Doce, e é acoitado na bruma da noite por imensos vagalhões que deixavam os 148 tripulantes assustados, gritando por socorro tentando vencer o ensurdecedora ventania Sudoeste.

Eis que pela vontade de viver, 12 homens se lançaram num escaler que se arrebentou no mar furioso, conseguindo por muita sorte, chegarem até a praia.

O dia foi chegando e os 12 já estavam rodeados por muitos moradores da vila, vendo o cruzador em frangalhos, parte submersa, com o mar ainda mais furioso, e os acenos de mais de cem marinheiros a pedir socorro.

Não havia o que fazer para ajudá-los, mas surge no Bernardo, pescador simples e de vida pobre, desejo de salvar seus irmãos do destino que se alinhavava. Amarrou na cintura um cabo grosso, atirou-se nas ondas fortes, mas o mar não o queria, lançando-o de volta a praia.

Na 5ª tentativa, com linha de pesca nos dentes, vence as águas nervosas e puxa para o navio o cabo de espia, permitindo que os marujos pudessem chegar na praia com alguma facilidade. Mas para tristeza de Bernardo, 4 homens tiveram afogamento, enquanto 128 homens tiveram final feliz.

Honrarias na província capixaba e também no Clube Naval no Rio de Janeiro, onde recebeu da Princesa Isabel a Medalha Primeira Classe, de ouro puro, conforme decreto de 1885, por serviços relevantes.

No Paço de São Cristovão ele recebeu as honras de Marqueses, Condes e Duques, e do Ministro da Marinha Brasileira, Bernardo recebeu documento de Herói da Marinha Brasileira.


Pela bravura e por seu feito, a Princesa Isabel batizou a vila de nascimento do Herói Brasileiro, com o nome de Regência Augusta, sobrenomes da própria princesa, mas que revelam glória e poder.


fonte: www.regencia.org.br

Postado por Mestre Bicheiro

domingo, 22 de abril de 2018

Movimento Negro

 
 Movimento Negro
'
O movimento negro é um fenômeno utilizado em forma de diferentes organizações para reivindicar direitos para a população negra que sofre com o racismo na sociedade.
Na maioria dos países onde os negros foram escravizados houve sempre uma tentativa de mudar a situação aos quais estavam submetidos.
Atualmente, o movimento negro é plural e reúne além das pautas como o combate ao racismo, diferentes vertentes como o feminismo, a luta pelos direitos LGBT e tolerância religiosa.
O movimento negro no Brasil tem suas raízes na própria resistência à escravidão que spe manifestava através de fugas, greves de fome e rebeliões.

Período Colonial

Para escapar do trabalho forçado, os negros escravizados fugiam e se organizavam em quilombos. Ali viviam livres em comunidades que podiam abrigar desde poucas famílias a centenas de pessoas.
O Quilombo mais emblemático durante o período colonial foi o   Quilombo dos Palmares. Ali se concentrava um grande número de escravos fugidos que resistiram durante muito tempo às investidas militares portuguesas. Foi liderado por alguns anos por  Zumbi dos Palmares que se tornaria um símbolo para o movimento negro.
Da mesma forma, os cativos se reuniam nas irmandades como as de Nossa Senhora do Rosário ou de São Benedito, para se ajudarem em caso de doença e garantir um enterro digno.
Podemos destacar a Sociedade dos Desvalidos de Salvador que funcionava como espaço de convivência e auxílio para os negros.
Além da religião católica é preciso ter em  candomblé nunca deixou de ser praticado pelos negros. Assim, participar das cerimônias, muitas vezes realizadas de forma clandestina, era um modo de resistir às mudanças culturais trazidas com a escravidão.
rsonalidades Negras Brasileiras

Império



A Princesa Dona Isabel recebe um ramo de camélias das mãos do filho de João Clapp
Durante o século XIX, com o crescimento do movimento abolicionista, intelectuais negros passam a editar jornais e fundar associações culturais com o objetivo de reivindicar o fim da escravidão.
Escritores como José do Patrocínio, Luís da Gama e as sociedades abolicionistas se organizam para exigir o fim do trabalho escravo no país.
Além disso, continuavam as fugas, as rebeliões e as associações de alforriados que juntavam dinheiro para comprar a liberdade daqueles que continuavam escravizados.
Um dos quilombos que se destaca nesta época será o do Seixas que passará a história como Quilombo do Leblon. Este reunia uma quantidade expressiva de escravos que cultivavam e faziam comércio com os habitantes locais. Uma de suas senhas de identidade eram as camélias, as quais rapidamente se tornaram um símbolo do abolicionismo.
Também havia escravizados que obtinham na justiça a sua liberdade provando que haviam chegado ao Brasil após a lei ou que haviam nascido após a   lei do Ventre-Livre. Em suma, o segundo reinado foi rico em movimentos de resistência negra frente à escravidão.
A   abolição da escravatura no Brasil vem de forma gradual e sem indenização para os proprietários de escravos. Tampouco houve qualquer compensação financeira para os libertos ou a inclusão social.

Primeira República

Durante a Primeira República, com o crescimento das cidades, os negros, se reúnem em associações de caráter cultural com o fim de manter suas tradições.
É preciso lembrar que estas sempre estiveram regulamentadas e eram vigiadas de muito perto pela polícia. Afinal, era preciso manter a "ordem" que a República apregoava e os negros eram o elemento que mais apresentava perigo para provocar a "desordem".
Um exemplo claro disso é o registro obrigatório para os terreiros e casas de candomblé. Ainda assim, as cerimônias podiam ser interrompidas e dispersas pela polícia com violência.
A imprensa, por outro lado, se constituirá num lugar privilegiado para o movimento negro brasileiro. Podemos citar o grupo de intelectuais negros se une para fundarem o jornal "A Alvorada", em 1907, na cidade de Pelotas (RS).
Em São Paulo, surgem vários periódicos que tratavam dos clubes e grêmios recreativos para negros. Jornais como "O Clarim d’Alvorada" (1924-1932) ou "Progresso" (1928-1931) foram importantes para a visibilidade da população negra brasileira.
Será a arte, porém, que contará com a maior adesão dos negros como forma de preservar sua identidade, ao mesmo tempo que absorvem outras influências. É o caso do surgimento do choro, o primeiro gênero musical brasileiro e dos ranchos e agremiações em torno do samba.
Em 1926, surge no Rio de Janeiro, a Companhia Negra de Revista, integrada por nomes como Pixinguinha, Grande Otelo, Donga e muitos outros. Formada inteiramente por artistas negros, a Companhia foi um marco nas artes dramáticas do Brasil.

Era Vargas

No entanto, a primeira organização de caráter exclusivamente político surgiu com a Frente Negra Brasileira (FNB). Fundada em 16 de setembro de 1931, em São Paulo, tinha como objetivo denunciar o  " racismoda sociedade.
Editou o jornal “A Voz da Raça” e se transformou em partido político em 1936. No entanto, com o golpe de 37, feito por Getúlio Vargas, foi extinto como todos os partidos políticos do período.


Aspecto da reunião da Frente Negra Brasileira, em 16 de setembro de 1935
Apesar da breve experiência, é preciso notar que os negros estavam envolvidos em movimentos políticos tanto de esquerda como de direita.
No campo das artes, não podemos esquecer de mencionar o Teatro Experimental Negro, fundado por Abdias Nascimento, em 1944, que teve como expoente a atriz Ruth Souza.

Década de 50

Da mesma forma, a história do negro passa a ser objeto de estudo acadêmico através das obras de  Florestan Fernandes, que realiza contribuições para o entendimento do racismo no Brasil.
É importante lembrar da Lei Afonso Arinos promulgada em 1951. Pela primeira vez, a discriminação de raça ou de cor se tornava uma contravenção.
Apesar da lei contemplar somente os delitos cometidos em espaços públicos, a Lei Afonso Arinos veio mostrar o racismo escondido da sociedade brasileira.

Década de 60

Nesta época, o movimento negro brasileiro é influenciado pela luta dos Direitos Civis nos Estados Unidos. Temos figuras emblemáticas como o reverendo   Martin Luther King, que defende a inclusão do negro através da resistência pacífica.
O lema "Black is Beautiful" valorizava a estética negra em detrimento do modelo branco. Dessa forma, os negros e as negras param de alisar os cabelos, vestem-se com motivos africanos e passam a realçar seu fenótipo ao invés de escondê-los.
Tudo isso influenciará a moda e a percepção que os negros brasileiros tinham de si mesmos também.
Por outro lado, líderes como Malcon X e o movimento dos "Panteras Negras" propunham o uso da violência como meio para alcançar mais participação na sociedade americana.

Década de 70

A década de 70 será marcada pelo aumento da repressão aos grupos políticos de esquerda e a intensa propaganda política em torno do   Milagre Econômico.
No Rio de Janeiro, começam as discussões sobre questões raciais no Centro de Estudos Afro-Asiáticos, ligado à Universidade Cândido Mendes.
Dali vão sair importantes grupos como a SINBA (Sociedade de Intercâmbio Brasil-África), o IPCN (Instituto de Pesquisa das Culturas Negras) e o MNU (Movimento Negro Unificado).
As discussões eram marcadas pela polaridade ideológica da época. Assim, os debates eram divididos entre as referências americanas do movimento negro e àqueles que defendiam uma aproximação com a África e sua luta de libertação colonial.
Em 1978, essas organizações vão deixar as discussões restritas aos seus membros para ganhar as ruas. Assim, em 7 de julho, surge o Movimento Negro Contra a Discriminação Racial, nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo.
Este movimento foi um marco para as organizações negras no Brasil, pois as aglutinou em torno de uma pauta única.
Desafiando a ditadura, os negros expuseram nas ruas o preconceito racial e social, a diferença salarial, e também demandas específicas das mulheres como o sexismo.
Ainda que muitas rupturas tenham sido registradas entre seus membros, o Movimento Negro Unificado realizaria importantes manifestações a favor da igualdade racial.
Através de sua mobilização conseguiria transformar várias reivindicações em leis como as da obrigatoriedade do ensino de História da África e a criminalização da discriminação racial.


Década de 80



Abdias Nascimento e sua esposa, Elisa Larkin Nascimento, atual diretora do Ipeafro
Com o fim de promover a história e a memória dos negros foi criado o Ipeafro(Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros), em 1981, por Abdias Nascimento.
A missão do Instituto é valorizar e divulgar a história africana e dos negros nas escolas brasileiras produzindo material e suportes para professores e alunos.
Com a volta da democracia e a discussão de uma nova Constituição para o país, o movimento negro ganha força. O governo também tem interesse em promover estudos, institutos e leis que fomentem a igualdade racial ou ao menos diminuam a brecha existem entre brancos e negros.
Neste sentido, em São Paulo, o governo do estado cria, em 1984,o primeiro Conselho de Participação da Comunidade Negra (CPDCN), pelo governador Franco Montoro.
Já o governo federal institui a Fundação Cultural Palmares, em 1988, um ano bastante significativo, pois foi comemorado o primeiro centenário da   Lei Áurea.
Por iniciativa do Movimento Negro Unificado, em 1986, durante a Conferência Nacional do Negro em Brasília – DF, foi concretizada a proposta de tornar crime o preconceito racial e étnico. Igualmente, foi pedida a titulação de terras de remanescentes de Quilombos.
Em 1989 é promulgada a Lei 7.716/1989, por iniciativa do deputado Alberto Caó, cuja discriminação racial e étnica passa a ser crime. Em 1997 e 2012, essa lei seria revista incorporando também a intolerância religiosa ou de procedência nacional como crime.

Governo FHC

O presidente Fernando Henrique Cardoso instituiu o Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização da População Negra, em 20 de novembro de 1995.
Esta iniciativa se deu com base em dados alarmantes do IBGE e IPEA, a respeito da profunda desigualdade sócio-econômica entre negros e brancos.
Para comemorar este fato, neste mesmo dia representantes de várias entidades do movimento negro promoveram a Marcha Zumbi, em Brasília, que contou com a presença de 30 mil pessoas.

Governo Lula

O período em que o presidente Lula ocupou a presidência foi marcado por várias conquistas da sociedade civil em geral e do movimento negro em particular.
No ano de 2003 é instituída a Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (SEPIR) que tinha como missão promover mecanismos de inclusão social para a população negra.
Uma das bandeiras do movimento negro era a aprovação das   cotas raciais em instituições de ensino federais que já vinha sendo aplicada em alguns estados.
A "Lei das Cotas" foi aprovada em 2006 e desde então é visível o aumento de negros e pardos nas universidades federais.

Século XXI

Além da consagração, em nível federal, da Leis de Cotas, o movimento negro nunca foi tão plural. Baseando-se na questão do combate ao racismo, outras discussões foram abertas como a do preconceito à mulher negra, ao homossexual negro, ao/a trans negro, etc.
Igualmente, surgem novas discussões como a "apropriação cultural", o "embranquecimento" e a cristianização de tradições afro-brasileiras como a   capoeirae o acarajé, que fazem os movimentos negros continuarem alertas para suas demandas.
Outra discussão importante é o genocídio da população negra, especialmente os jovens, que são o alvo constante das batidas policiais.
Novas lideranças e intelectuais têm surgido como resultado da Lei de Cotas. Dente elas, podemos citar Djamila Ribeiro, Núbia Moreira e a vereadora carioca Marielle Franco (PSOL/RJ), brutalmente assassinada por causa de suas lutas políticas em março de 2018.
Da mesma forma, como em toda democracia, existem os negros que não se alinham com estas posturas. 

Fonte
"https://www.todamateria.com.br/racismo/

Postado por Mestre Bicheiro 

quinta-feira, 5 de abril de 2018

MESTRE GRIÔS



QUANDO O MESTRE ENVELHECE...

  SALVE. VOCÊ JÁ REPAROU QUE NA ACADEMIA DE ALGUNS  FORMADOS ,PROFESSORES E MESTRES NOVOS COM VIGOR FÍSICO E MUITA ENERGIA ESTÃO SEMPRE CHEIAS. ESSAS PESSOAS ESTÃO DE PARABÉNS POIS ESTÃO FAZENDO UM TRABALHO EXCELENTE, MAS PODE REPARAR QUE A MAIORIA NÃO VAI MAIS NA ACADEMIA DO SEU MESTRE, JÁ NÃO TIRA MAIS UM TEMPO PARA CONVERSAR, PARA TOCAR O BERIMBAU, PARA BUSCAR FUNDAMENTOS. SE IMPORTAM MAIS COM OS ALUNOS QUE COM O SEU PRÓPRIO MESTRE, E OS ALUNOS DESSE PESSOAL JÁ NÃO MAIS QUER SABER DO MESTRE QUE ESTA ANCIÃO, QUE JÁ NÃO PODE MAIS FAZER OS MOVIMENTOS, QUE SUA MUSCULATURA JÁ NÃO É MAIS RÍGIDA, SEU REFLEXO JÁ NÃO É TÃO ÁGIL, NEM SEUS MOVIMENTOS TÃO RÁPIDOS, PORÉM, EM TODO MOMENTO O NOME DO MESTRE É LEMBRANDO, MAS NÃO O MESTRE. OSOS ALUNOS ACHAM QUE OS MESTRES SÓ OS QUEREM NA HORA DA CAPOEIRA ONDE ESTÁ O CICLO DE AMIZADE, PORÉM ONDE ESTÁ APRENDER O MESTRE E GUARDAR SEUS ENSINAMENTOS. A MAIORIA DOS JOVENS, (NÃO TODOS) NÃO QUEREM MAIS PARAR PARA OUVIR E COM ISSO PERDE-SE MUITO E MUITO MESMO, POIS, SE VC NÃO PERGUNTAR O MESTRE NÃO RESPONDE SABE PORQUE? QUEM TEM SEDE VAI EM BUSCA DA ÁGUA, NÃO É A ÁGUA QUE VEM ATÉ VOCÊ. O NOME DO MESTRE ABRE CAMINHOS, O NOME DO MESTRE FAZ MUITA DIFERENÇA, MAS O MESTRE ENVELHECE E VOCÊ NÃO QUER NEM IR VÊ-LO, NEM DIZER COMO ESTÁ O GRUPO, QUAIS OS PROJETOS QUE ESTÃO CAMINHANDO. ALGUNS DIZEM: "SE EU NÃO ESTIVER AQUI O GRUPO NÃO ANDA", MAS AINDA TEM AQUELES QUE ESTÃO SEMPRE COM O MESTRE. SÓ TEM DOIS OU TRÊS VIAJAM COM O MESTRE, DIA DE DOMINGO PERGUNTA AO MESTRE ONDE  ELE ESTÁ, SAI COM O MESTRE PARA A VIDA SOCIAL, ESTÁ SEMPRE JUNTO APRENDENDO E QUANDO CHEGA NA HORA DA VERDADE TODOS SÃO PROFESSORES OU MESTRANDOS E CHEGOU A HORA DO MESTRE FORMAR MAIS UM MESTRE, VOCÊ ACHA QUE O MESTRE QUE NÃO É GANANCIOSO, NÃO É MERCENÁRIO, QUE NÃO É EGOCÊNTRICO, QUE SIMPLESMENTE É CAPOEIRA VAI FORMAR O QUE TEM MUITOS ALUNOS E SEM NENHUM FUNDAMENTO OU AQUELE QUE ESTÁ DIA A DIA COM ELE  E QUE TEM A SUA ESSÊNCIA. EU DIGO E RESPONDO POR MINHAS ATITUDES, EU NUNCA FORMAREI UM MESTRE QUE NÃO TENHA UMA ESSÊNCIA, QUE NÃO TENHA UMA HISTÓRIA E UM MUNDO DE CONVIVÊNCIA AO MEU LADO, UM QUE NUNCA TENHA DISCUTIDO, QUE NUNCA TENHA DISCORDADO E UM QUE NUNCA TENHA SENTANDO PARA OUVIR, POIS SE VOCÊ FORMA UM MESTRE POR DINHEIRO, VOCÊ ESTA SE PROSTITUINDO E VENDENDO A CAPOEIRA E ISTO SE TORNA UM CICLO VICIOSO, ONDE SÓ A CAPOEIRA PERDE. CONSELHO DEPOIS DE MUITA OBSERVAÇÃO: MELHORES CAPOEIRISTAS SÃO AQUELES QUE ANDAM EM CONJUNTO COM SEU MESTRE. QUANTO MAIS VELHO O MESTRE FICA, SE ELE É UM ESTUDIOSO OU TEM MUITOS FUNDAMENTOS MAIS SÁBIO ELE SE TORNA, SE TRANSFORMANDO NO MESTRE GRIÔ.

MESTRE GRIÔ são os indivíduos que tem o compromisso de preservar e transmitir histórias, fatos históricos e os conhecimentos e as canções de seu povo.
Fonte: web
 HYPERLINK "https://bahiagingaculturadobrasil.blogspot.com.br" https://bahiagingaculturadobrasil.blogspot.com.br 

Postado por Mestre Bicheiro

segunda-feira, 12 de março de 2018

Eram a "Flor da gente", Capoeiristas?


Eram a "Flor da Gente", Capoeiristas.?
Guilherme Arehgui

história dos combatentes capoeiristas, que ocorreu em paralelo com a guerra. Esse
passado será trabalhado pelas dúvidas do tempo presente, o que sugere uma ponte
entre esses dois espaços, fornecendo informações para que possamos dialogar com
o tempo. Por fim, tentarei demonstrar aqui, como a capoeira serviu de instrumento pra
um projeto político da elite, que após sua serventia, descartou sua pratica e seus
praticantes.
INTRODUÇÃO: Em 1864, o Brasil passava por um dos momentos de maior
importância militar, de toda a América do sul, a guerra do Paraguai. Esta guerra que
perdurou por longos seis anos, teve como participantes, a tríplice aliança, composta
por: Brasil, Argentina e Uruguai, que lutavam contra o Paraguai.(Cf. DORATIOTO,
Francisco. in: maldita guerra). Detalhes deste confronto não serão expostos aqui,
mas, um fator que, pertinentemente me chama a atenção, é a denominação dada
aos combatentes forçados à juntar-se no contingente da artilharia, os “voluntários da
pátria”.
Podemos presumir que o Brasil, ainda como monarquia, não possuía um
contingente abrangente para o território nacional, e para suprir essa demanda, o
imperador D. Pedro II, ordena que todos os jovens, filhos dos fazendeiros, fossem
lutar, mas, que também, os fazendeiros poderiam substituir seus filhos, por negros
escravos, gerando uma nova forma de comercialização de suas mercadorias vivas -
o aluguel. (cf. DORATIOTO). Era comum nesse meio tempo, que aqueles senhores
que possuíam um alto número de escravos, alugassem seus negros para outros
senhores da elite, gerando uma renda extra, até a informação da morte de tal negro,
ou o seu retorno.

Grandes porções de negros foram amarrados com correntes e forçados a
irem para a batalha, chegando lá praticamente vencidos pelo cansaço, eram alvos
fáceis para os inimigos. Outra lei, garantia a alforria para negros que lutassem no
campo de batalha e retornassem como vitoriosos, onde aí sim, entram em cena, os
negros que já dominavam as técnicas de luta corporal, pois, na falta do rifle,
carregado com pólvora, pela boca do cano, os capoeiras faziam de seus corpos,
uma verdadeira arma de matar. “No combate corpo a corpo, os fuzis de pederneira,
carregados pela boca a cada tiro, eram de pouca valia após a primeira descarga. Os
golpes da capoeira, aprendidos nas ruas da distante cidade do Rio de Janeiro, eram
a arma de que se valia o soldado negro ou mulato brasileiro, não apenas do Rio,
mas também de Recife e Salvador. Nos campos da peleja, os capoeiras forjaram
sua lenda.” (Brasil, 2008:45).
Este episódio é de extrema importância para a História brasileira, pois ele foi
o início da construção de um dos pilares para a queda do regime escravista, onde o
retorno do negro vencedor, não fez cumprir-se a lei que o alforriava, gerando um
conflito com o alto comando militar, e a corte imperial, pressionando o imperador
para que houvesse a libertação de todos.
A capoeira desde os primórdios de sua criação, sempre teve no Brasil, um
almejo pela liberdade. Durante todo seu percurso no tempo histórico, ela partiu do
caráter marginalizado, para a glória, tanto dela como um todo, e também de seus
praticantes.
Os “voluntários” que conseguiram retornar da batalha em bom estado, sem
perdas anatômicas e psicológicas, foram recompensados com congratulações
cedidas pelo Exército Nacional, medalhas e até a tão esperada carta de alforria, mas
por outro lado, alguns capoeiras que já estavam alforriados e eram tidos como
lideres de gangues, perderam território enquanto guerrilhava. Eis que surgem as
maltas de capoeiras, organização para que, de um modo injusto, conseguissem
reaver o domínio de tal território.
As maltas eram compostas por capoeiristas experientes, ou não, que tinham
como meta arrecadar dinheiro para a sobrevivência de seu contingente, seja de
modo moralmente correto ou não. Existiram diversas maltas, verdadeiras gangues
na cidade do Rio de Janeiro, durante a segunda metade do século XIX. Essas
maltas trouxeram contribuições significativas para o estudo da capoeira na
contemporaneidade, como no exemplo de um pluralismo cultural Ibérico, onde houve
a introdução da navalha, da bengala, das cantigas de roda, inclusive o sentido da
palavra, mestre.
Várias maltas do Rio de Janeiro obtiveram o respeito da população, muito
provavelmente pelo medo do que eles eram capazes de fazer, dentre elas,
destacam-se as maltas: guaiamum; nagôas; carpinteiros de são José; conceição da
marinha; glória; lapa; moura e também a flor da gente. Essa última malta, tem um
apreço para este trabalho, pois o artigo estudado aqui, faz referência a ela, como
sendo responsável por um projeto político: a guarda-negra. JoséPatrocínio, esboçava sua visão, através do jornal Cidade do Rio, onde enxergava a guarda-negra – ao menos nos primeiros meses – como: “uma encarnação e política da gente negra, recém arrancada do cativeiro”.
(BRASIL, 2008:46).
Ou seja, após séculos de escravidão, essa gente podia se
 Expressar politicamente em praças pública, claramente a favor da monarquia, que
em seus entendimentos, a medida da regente princesa Isabel, com a assinatura da
Lei Aurea, os libertou.
Soares nos conta em seu artigo, que a elite política tinha outros planos para
os capoeiristas. “impressionados pela agilidade corporal, os antigos oficiais
comissionados, agora membros da elite política da cidade do Rio de Janeiro,
pleitearam nas sombras, transformar os ex-combatentes, em aliados políticos.
Capangas à disposição das novas refregas do tempo de paz.
Assim, a capoeira entra no palco político. Não a micropolítica dos escravos,
como se viu nos cinquenta anos do século retrasado, mas a política dos salões, dos
partidos – liberal e conservador – das ante-salas do parlamento, das eleições
concorridas, dos votos cabalados, do regime parlamentarista.” (BRASIL, 2008:47).
Nesse contexto, surge a segunda depreciação da capoeira, pois a malta flor
da gente, é “contratada” por um importante membro do partido conservador, o
Duque Estrada Teixeira. Essa malta, ficou encarregada de “varrer” os eleitores
liberais das urnas, e também, de derrubar,
 literalmente, os candidatos opositores dos
palanques. Isso se deu logicamente pelo uso da capoeira, e assim, na eleição de
1872, a vitória do Duque Estrada, fora comemorada. Com a vitória do “patrão”, os
maltenses extrapolavam cada vez mais, atacando e agredindo os eleitores
oposicionistas, fraudavam as urnas, fingindo serem os eleitores ausentes,
 votos e sempre, culminavam em grossa pancadaria.
No decorrer dos anos, o mundo já se livrava do sistema escravagista,
sobrando para o Brasil o “prêmio lanterna negra”, simbolizando este ser um dos
últimos países a abolir a escravatura. Com isso, alterava-se também o eixo da
economia, transferindo o plantio do café para o Estado de São Paulo, inclusive a
fama da malta flor da gente. Após intensas crises e rivalidades entre os partidos
conservadores e liberais, como bem expõem o documento aqui estudado, (cf. pág.
50 e 51) alguns negros pertencentes a diversas maltas, criam, sob a autorização dos
monárquicas, a guarda-negra.5
O vandalismo que estava no íntimo dos guardas, prevalecia muitas vezes, e
isso gerou novos conflitos entre os partidos, que por sua vez, ao tornar o Brasil, uma
República, o Marechal Deodoro da Fonseca, participante dos republicanos,
convocou o advogado Sampaio Ferraz, para assumir a chefia da polícia, e por um
fim na capoeiragem. O excerto6
 a seguir, traz referências ao conteúdo aqui
apresentado.
“Entraria em cena, outro capoeirista, chamado Sampaio Ferraz, nomeado como o primeiro
chefe de polícia da novel República, o qual recebeu a incumbência de eliminar o problema da
Capoeira no Rio de Janeiro da parte do próprio do Chefe do Governo, Marechal Deodoro da
Fonseca.
 Sampaio a princípio diz tratar-se de um problema difícil, pois havia muitos filhos de famílias
distintas e poderosas que faziam uso da mesma, todavia, Deodoro lhe conferiu garantias pessoais
para agir com “carta branca” no sentido de exterminar os capoeiras. À vista disto ficou decidido que
“todos os capoeiras, sem distinção de classe e posição, seriam encerrados no xadrez comum da
detenção, tratados ai severamente e pouco a pouco deportados para o presídio de Fernando de
Noronha, onde ficariam certo tempo, empregados em serviços forçados”.
De posse, então desta missão, Sampaio Ferraz, de imediato deu início a esta empreitada,
contando com o apoio de outros capoeiristas, entre eles, Silva Jardim, Lopes Trovão, Coelho Neto e
Plácido de Abreu. Entretanto, conforme havia previsto, “os mais perigosos chefes de maltas de
capoeiragem, eram filhos de famílias ilustres e até de titulares, de almirantes e de altos funcionários
do Paço”, os quais foram igualmente presos, tal fato acabou gerando a primeira crise do governo
republicano, quando a 12 de abril de 1890, fora preso praticando Capoeira, José Elysio dos Reis,
conhecido por Juca Reis, o filho do Conde de Matosinhos, mas como a ordem já estava posta, não
houve como recuar.
Assim, entram os Capoeiras para a história republicana, numa dupla situação: primeiro por
“causarem a menos de cinco meses, a primeira crise do governo provisório, quase pondo abaixo o
Ministério de Deodoro, ocasião em que pediu renúncia o Ministro das Relações Exteriores, Quintino
Bocaiuva”, e em segundo, por se tornarem, não sem assassinatos legalizados e torturas, os primeiros presos políticos da república, sendo deportados para o Arquipélago de Fernando de Noronha.
No mesmo ano, a prática da Capoeira foi incluída no Código Penal da República como
contravenção, onde permaneceu assim, nos cinquenta anos seguintes. Entretanto, aqueles que dela se utilizavam como uma prática esportiva estava ilesos das ações policiais.” (VIEIRA,2004:2)
Por fim, Sampaio Ferraz fez seu trabalho de acabar com os capoeiras das
maltas, e consequentemente, pois fim na guarda-negra.
O que fica evidente nesta leitura, é como a nossa tradição é mutável, como
ela sofre influências externas para moldar-se em um perfeito aproveitamento de
quem a pratica. Acho que posso citar sem erros, o conceito apresentado pelo
pesquisador François Hartog, onde ele trabalha o conceito de regime de
historicidade, dizendo que este conceito é uma justiça à ordem temporal.
Atualmente, muito se fala em ancestralidade, tradição e cultura,
principalmente nas pesquisas com a capoeira, e tendo a História como um olhar do
presente para o passado, fica fácil entendermos a evolução que temos atualmente.
Para conseguirmos entender os reais motivos, do porque a capoeira ainda ser
discriminada, devemos buscar no passado as informações que processaremos no
tempo presente, como por exemplo, a vandalização que os capoeiristas praticavam
na segunda metade do século XIX, não cabe nos dias atuais. O processo político
hoje, não comportaria o processo político daquela época, isso é a noção do tempo
histórico, é sabermos respeitar as diferenças de tempo vivido em cada momento.
Se olharmos hoje, para o perfil dos capoeiristas pertencente às maltas,
certamente será consenso que eles jamais poderiam serem chamados como tal, e
sim, de meros apropriadores da arte para usa-la em causa própria. Uma vez que
temos atualmente, a capoeira como ferramenta de inclusão social, patrimônio
cultural imaterial brasileiro, divulgadora da cultura brasileira, profissão reconhecida,
entre outros tantos fatores.
 Mas a partir do ponto de vista do passado, (o presente de 1870) a definição
de um bom capoeirista, era justamente a valentia de se lutar capoeira contra
qualquer indivíduo, mostrar sua força, e ter ela como meio de representação social.
Entendo o título deste trabalho, como sendo uma enquete de difícil fechamento,
deixando lacunas de profundas discussões, cabendo a nós, entendermos como se
deu esse processo de transformação da nossa arte capoeira. E aí, eram a flor da
gente, capoeiristas?


BIBLIOGRAFIA
BRASIL, Ministério das Relações Exteriores – Revista Textos do Brasil, edição
14. Brasília, 2008.
VIEIRA, Sergio Luiz de Souza – Capoeira – Origem e História. Da Capoeira:
Como Patrimônio Cultural. Tese defendida na PUC/SP, 2008.
HARTOG, François – Regimes de Historicidades, Ed. Autêntica, 2014.
DORATIOTO, Francisco – Maldita Guerra, Ed. Cia das letras, 2002.
Postado por Mestre Bicheiro 

sábado, 10 de março de 2018

Capoeira é coisa de malandros?

Mestre sinhozinho

Capoeira é coisa de malandros?
Por Vivian Fonseca

O senso comum costuma associar a
capoeira, principalmente até as primeiras décadas do século XX no Rio de Janeiro, como atividades de malandros e de categorias sociais que orbitavam em torno de um ambiente de boemia. Exemplos para isso não faltam: de Manduca da Praia, capoeira que viveu no início do século no Rio e que soube traçar relações proveitosas com figuras de elite que o mantiveram fora da cadeia; até Madame Satã, personagem lendária da região da Lapa que soube enfrentar o preconceito contra o homossexualismo a base de muitas navalhadas e rabos de arraia. No entanto, nem só do universo da rua e da malandragem a capoeira do Rio se alimentou no início do século. Ainda nos anos 1920, uma capoeira voltada para filhos da elite carioca despontou e fez escola pelas mãos de Agenor Moreira Sampaio, o Mestre Sinhozinho de Ipanema.

Sinhozinho fotografado aos 51 anos de idade.
            Por mais que se convencione associar o ensino de capoeira em academia como uma invenção baiana, personificado nos Mestres Bimba e Pastinha, Sinhozinho abre sua instituição de ensino na mesma época, no Rio. Sinhô, como era conhecido, nasceu em 1891, em Santos, filho de um tenente-coronel e chefe político local. Esses dados nos permitem perceber que Sinhozinho, como seu próprio apelido sugere, não provinha das classes baixas, fazendo parte das camadas mais favorecidas. Sua clientela também era composta por rapazes de classe média, em geral jovens de Ipanema e Copacabana. Aprendeu boxe e luta greco-romana, e achando que a capoeira se mostrava pobre para a luta, principalmente a ‘agarrada’, resolveu aplicar alguns dos golpes aprendidos nas outras artes marciais à capoeira. Em sua Escola, a capoeira era praticada sem a utilização de qualquer instrumento musical e o treinamento era auxiliado por levantamento de peso, o que o difere completamente de outros treinamentos de capoeira até finais do século XX. Sinhozinho também atuou como preparador físico, tendo trabalhado, por exemplo, para o América Futebol Clube. Pela sua Escola passaram figuras notórias em nossa sociedade, tais quais: Antonio Carlos Jobim e Rudolf Hermany, lutador e um de seus alunos mais conhecidos. 


          Tom Jobim (em primeiro plano) na Academia de Mestre Sinhozinho.
            Alvo de diversas polêmicas, principalmente pela fala de diversos capoeiristas que afirmam que a atividade praticada em sua Academia não era capoeira, Sinhô conseguiu projetar a imagem de sua atividade física para além das ruas. Defendendo a criação de seu mestre, Hermanny, no site que criou em sua homenagem, aponta que “A  capoeira de Sinhozinho era baseada na capoeira  das antigas maltas que tanto perturbaram as autoridades do  Rio de Janeiro durante longos anos e teve pouca influência das modalidades praticadas ao som dos berimbaus”.  Vê-se nessa fala, uma busca de respaldo para a capoeira de seu Mestre, Sinhozinho. Baseando-se em uma suposta tradição de capoeira do século XIX, não poderia haver dúvidas com relação à atividade que Sinhô ensinava.
            Para além dessas questões, Sinhozinho nos ajuda a entender que além da rua e da boemia, a capoeira freqüentou os salões e gingou com parte da fina flor da elite carioca. Elite esta, que já flertava, mesmo que de maneira velada, com a prática de origem negra, ainda no século XIX.

FOTO : Agenor Moreira Sampaio, mais conhecido como Sinhozinho, ao centro, e alunos. Ano: 1940 (Paulo Azeredo é o último à esquerda). 


Refs. web.

                          Postado por Mestre Bicheiro

sexta-feira, 9 de março de 2018

Paula de Brito

Paulo Brito
Escritor

Francisco de Paula Brito, nasceu Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 1809 ,morreu Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 1861.
Francisco de Paula Brito, que escrevia sobre o nome de Paula Brito, foi um editor, jornalista, escritor, poeta, dramaturgo, tradutor e letrista brasileiro.
Francisco de Paula Brito nasceu em uma família humilde, na então Rua do Piolho (hoje Rua da Carioca), no Centro do Rio de Janeiro, filho do carpinteiro Jacinto Antunes Duarte e de Maria Joaquina da Conceição Brito. Aprendeu a ler com sua irmã. Morou em Magé dos seis aos quinze anos, voltando à sua cidade natal em 1824, ao lado do avô, o sargento-mor Martinho Pereira de Brito.[1] Foi ajudante de farmácia, aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional e, posteriormente, trabalhou no Jornal do Commercio, como diretor das prensas, redator, tradutor e contista. Em 1830, casou-se com Rufina Rodrigues da Costa.
Em 1831, comprou um pequeno estabelecimento de um parente, Sílvio José de Almeida Brito, na Praça da Constituição, nº 31, onde funcionavam uma papelaria, uma oficina de encadernação, e um ponto de venda de chá. Paula Brito adquiriu de E. C. dos Santos um prelo, e ali o instalou. Em 1833, possuía 2 estabelecimentos: a “Typographia Fluminense”, na Rua da Constituição, nº 51, e a “Typographia Imparcial”, no nº 44. Em 1837, mudou para o nº 66 e expandiu a loja para nº 64 em 1839.
Em 1848, Brito possuía 6 impressoras manuais e uma mecânica, e expandiu suas instalações para os nº s 68 e 78, esse constituindo sua “Loja do Canto”, sua livraria e papelaria, e criou filiais em sociedade com Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa e Cândido Lopes, formando com esse último a “Tipografia e Loja de Lopes e Cia”, em Niterói.[2]
Foi ativista político e o primeiro a inserir no debate político a questão racial.[1] Em sua tipografia foram impressas obras como O Mulato e o jornal O Homem de Cor, o primeiro jornal brasileiro dedicado à luta contra o preconceito racial, colocando-o como precursor da imprensa negra.
Durante a Regência, entraram em cena os pasquins, e a tipografia foi um dos pontos de manifestação dos descontentes com os rumos políticos do país, e Paula Brito tornava-se cúmplice daqueles que o procuravam para terem seus trabalhos impressos, sob sigilo.
Francisco de Paula Brito criou, em sua loja, a “Sociedade Petalógica”, ou "Sociedade Petalógica do Rossio Grande", nome devido à “liberdade” que Brito alegava que seus membros davam à imaginação (uma peta = uma mentira), e que reunia o movimento romântico de 1840-1860: Antonio Gonçalves Dias, Laurindo Rabelo, Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antonio de Almeida. Toda a elite da época, entre políticos, artistas e líderes, reunia-se na “Livraria de Paula Brito”.
Em 1851, uma de suas revistas, “A Marmota na Corte”, incluía o encarte de um figurino, e Paula Brito trouxe de Paris o litógrafo Louis Therier, que passou a fazer as litografias para a revista.

Uma prensa usada na litografia
Em 2 de dezembro de 1850 criou a “Imperial Typographia Dous de Dezembro”, data de aniversário seu e de D. Pedro II, que se tornou seu acionista, patrocínio esse dado mais por caráter pessoal do que político partidário. Paula Brito foi, assim, o primeiro editor genuinamente não-especializado do país, pois incluía grande variedade de obras e assuntos, ao contrário de seus antecessores, que se dedicavam mais aos assuntos técnicos.
Paula Brito editou, em 1832, a 1ª revista feminina do país, “A Mulher do Simplício”, ou “A Fluminense Exaltada”, que foi impressa por Plancher. A revista existiu até 1846, quando foi substituída por “A Marmota”, que durou, com algumas mudanças de título, de 1849 a 1864, 3 anos após sua morte. Paula Brito foi também um dos primeiros contistas brasileiros, alem de escrever peças de teatro e poesia.
Há registro de 372 publicações não-periódicas feitas por Paula Brito, de temática variada, oitenta e três na área médica,[3] mas a maior parte constituída de dramas. Brito incentivava a literatura nacional. Pode-se considerar que o primeiro romance brasileiro com algum valor literário tenha sido O Filho do Pescador, de Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa, publicado por Brito em 1843. Empregou o poeta Casimiro de Abreu e o jovem Machado de Assis, que começou como revisor de provas de Paula Brito e deu início à carreira literária como colaborador de “A Marmota Fluminense”. Paula Brito foi o primeiro editor de Machado de Assis.
Em 1857, os acionistas insatisfeitos conseguiram a liquidação da “Typographia Dous de Dezembro”, e sua firma foi transformada na “Typographia de Paula Brito”, com apenas um endereço, sob o auxílio financeiro do imperador. A publicação de livros caiu, reduzindo-se para 12 em 1858 e 15 em 1861, ano de sua morte. Faleceu em sua residência, no Campo de Sant'Anna, nº 25 em 15 de dezembro de 1861. Sua viúva continuou o negócio em sociedade com o genro até 1867, caindo a produção, e em 1868 a Sra. Rufina Rodrigues da Costa Brito ficou sozinha, transferindo seu negócio para a Rua do Sacramento, nº 10, onde sobreviveu até 1875.

Referências
Wikipedia
1. ↑ a b «Francisco de Paula Brito». A cor da cultura. Fundação Roberto Marinho. 2010. Consultado em 1 de outubro de 2017. Cópia arquivada em 1 de outubro de 2017
2. ↑ Hallewell, 1985, p. 85
3. ↑ GONDIN, Eunice Ribeiro, 1965. In: Hallewell, 1985, p. 88.

                             Postado por Mestre Bicheiro