Herói Caboclo Bernardo
Regência é uma das raras localidades brasileiras que serviu como berço para o nascimento de um genuíno herói.
O Caboclo Bernardo, como chamamos carinhosamente Bernardo José dos Santos, índio nativo da vila, consagrou a nossa história com sua bravura e valentia.
O navio Imperial Marinheiro, foi enviado para a região da Barra do Rio Doce, como se chamava a nossa atual Regência, com a importante missão de traçar a carta náutica da costa norte capixaba, devido ao grande fluxo de embarcações que necessitavam transitar no Rio Doce, e que acabavam naufragando ao se chocar com o pontal sul do rio, que esconde sorrateiro, recifes e bancos de areia a desafiar os navegantes.
Estavam a bordo do cruzador Imperial Marinheiro vários homens de patente da Marinha Brasileira, ex-combatentes da Guerra do Paraguai, preparados para missão designada, acabaram por serem vítimas do que viriam evitar aos outros.
Numa tempestade em setembro de 1887, encalha bem em frente a nossa vila, então Barra do Rio Doce, e é acoitado na bruma da noite por imensos vagalhões que deixavam os 148 tripulantes assustados, gritando por socorro tentando vencer o ensurdecedora ventania Sudoeste.
Eis que pela vontade de viver, 12 homens se lançaram num escaler que se arrebentou no mar furioso, conseguindo por muita sorte, chegarem até a praia.
O dia foi chegando e os 12 já estavam rodeados por muitos moradores da vila, vendo o cruzador em frangalhos, parte submersa, com o mar ainda mais furioso, e os acenos de mais de cem marinheiros a pedir socorro.
Não havia o que fazer para ajudá-los, mas surge no Bernardo, pescador simples e de vida pobre, desejo de salvar seus irmãos do destino que se alinhavava. Amarrou na cintura um cabo grosso, atirou-se nas ondas fortes, mas o mar não o queria, lançando-o de volta a praia.
Na 5ª tentativa, com linha de pesca nos dentes, vence as águas nervosas e puxa para o navio o cabo de espia, permitindo que os marujos pudessem chegar na praia com alguma facilidade. Mas para tristeza de Bernardo, 4 homens tiveram afogamento, enquanto 128 homens tiveram final feliz.
Honrarias na província capixaba e também no Clube Naval no Rio de Janeiro, onde recebeu da Princesa Isabel a Medalha Primeira Classe, de ouro puro, conforme decreto de 1885, por serviços relevantes.
No Paço de São Cristovão ele recebeu as honras de Marqueses, Condes e Duques, e do Ministro da Marinha Brasileira, Bernardo recebeu documento de Herói da Marinha Brasileira.
Pela bravura e por seu feito, a Princesa Isabel batizou a vila de nascimento do Herói Brasileiro, com o nome de Regência Augusta, sobrenomes da própria princesa, mas que revelam glória e poder.
fonte: www.regencia.org.br
Postado por Mestre Bicheiro
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