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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Samuel Querido de Deus

GRANDE LUTA ENTRE  CAPOEIRAS



Aconteceu que no segundo Congresso de Capoeira realizado no Brasil de 11 a 18  janeiro de 1937 no Brasil, em Salvador Bahia. E esse  fato também serviu de base para o  Presidente Getúlio Vargas atual Presidente do Brasil  liberar a capoeira como folclore e logo a seguir o Presidente Getúlio Vargas tira parcialmente  a capoeira do código penal brasileiro. E foi convidado o redator do Jornal o Estado da Bahia, sendo ilustríssimo Sr. Edson carneiro para comandar o Congresso.
Sendo assim foram convidado os melhores capoeira da Bahia, Samuel Querido de Deus, Cicero Navarro (Onça Preta) e entre outros. E estava assim programada a grande luta de capoeira na época, correu os rumores por toda a Bahia e todos estavam esperando a grande labuta. E para acontecer, muitos fatos foram exigidos vários fatores, um deles era que a policia teria de regulamentar  a roda de combate. E assim o teve, dois capoeiristas então abaixados diante dos músicos, abaixados ao pé do berimbau. Um era o campeão baiano Samuel Francisco Barreto de Souza, o  “Samuel Querido de Deus”, era mulato,alto de meia idade e muito musculoso, pescador de profissão e o outro era seu adversário Cicero Navarro “Onça Preta", mais moço, mais baixo e  mais gordo, estavam ambos descalços um de calça branca e chapéu e  outro de calça escura e boné depois trocou por um paleta. Os dois de braços apoiados nas coxas e olhando para frente  e  descansando. Eram obrigados   aguardar o silencio, obrigação estendia - se  a assistência. A orquestra deu-se o início a diversão, numa afinada invocação, ecoando um fundo musical melódico e hipnotizante numa espécie de lamento.   


-  Tava no  pé da cruz
Fazendo minha oração
Quando chegou Catarina
Fazendo figura no chão

Iê aruandê
Iê aruandê camará
Vamu simborá
Iê  vamu simborá  camará
Joga pra li
Iê joga pra li camará
Vorta d’mundo
Iê vorta d’mundo camará

Era uma canção de desafio, esperança, resignação com fragmentos, idéias e rebeldia. Não possuía o único e bem trabalhado, mas resumia-se num tipo de vida e protesto e fazia  começar a luta.
A luta começou Querido de Deus começou a balançar os quadris, enquanto encarava o adversário, mostrando-lhe os  dentes e avaliava as suas possibilidades,  a luta envolvia todas  as partes do corpos, exceto as mãos. Precaução exigidas pelo Chefe de Policia, para evitar danos. A medida que os movimentos se  amoldavam a musica, eles se movimentavam em uma sequencia  lenta de sonhos, que mais pareciam uma dança do que uma luta. Como o regulamento  estipulava que os capoeiras não deviam machucar-se   uns aos outros os golpes tornavam-se postura acrobáticas de valor para o  concurso final, com nomes e classificação. Haviam vários tipos de capoeira com sutilezas na forma, e na sequencia dos golpes modo de tocar os berimbaus. Querido de Deus, era prodigiosamente agíl nos difíceis encontros formais  com o  adversário e sorria constantemente. Enquanto as canções e  rituais  rolavam...



-Disseram a minha mulher
Capoeira me venceu
A mulher jurou pé firme
Como isso, não se deu

E os berimbaus mudaram de tom mais uma vez.

-Era eu era meu mano
Era meu mano era eu
Era eu era meu mano
me alugou uma casa
Nem ele pagou, nem eu

Impertinentemente com movimentos bonitos, vagarosos, calculados, Samuel Querido de Deus deu uma leve cabeçada sem tirar o chapéu da cabeça na boca do estomago  do adversário no caso onça preta derrubando o de um modo  que ele caiu  de cabeça no chão. Então a orquestra estrugiu triunfante.

Zum Zum zum
Capoeira mata um
Zum zum zum

Tiririca é faca de cortar
Tiririca é faca de cortar
Prepara a barriga  pra apanhar

Silenciosos  cessa os desafios, terminada a rodada, os dois homens  andavam e corriam sem descanso em sentido contrario do relógio um atrás do outro, campeão a frente com os braços levantados  onça preta segura-lhe os punhos e encosta sua cabeça atrás de seus ombros enquanto a orquestra cantava e  tocava a enfadonha.


No tempo que tinha dinheiro
Camarada me chamava de parente
Quando meu dinheiro acabou
Camarada me chama de valente

até o próximo capitulo continua...

Relato contado por Mestre Gege

Postado por Mestre Bicheiro


Um comentário:

  1. Nossa que satisfaçao de ver a história do meu avô. Cicero Navarro,o mestre (Onça Preta)

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