GRANDE
LUTA ENTRE CAPOEIRAS
Aconteceu que no
segundo Congresso de Capoeira realizado no Brasil de 11 a 18 janeiro de 1937 no Brasil, em Salvador Bahia. E esse fato também serviu de base para
o Presidente Getúlio Vargas atual Presidente
do Brasil liberar a capoeira como
folclore e logo a seguir o Presidente Getúlio Vargas tira parcialmente a capoeira do código penal brasileiro. E foi
convidado o redator do Jornal o Estado da Bahia, sendo ilustríssimo Sr. Edson
carneiro para comandar o Congresso.
Sendo assim foram convidado
os melhores capoeira da Bahia, Samuel Querido de Deus, Cicero Navarro (Onça Preta)
e entre outros. E estava assim programada a grande luta de capoeira na época, correu
os rumores por toda a Bahia e todos estavam esperando a grande labuta. E para
acontecer, muitos fatos foram exigidos vários fatores, um deles era que a policia
teria de regulamentar a roda de combate.
E assim o teve, dois capoeiristas então abaixados diante dos músicos, abaixados
ao pé do berimbau. Um era o campeão baiano Samuel Francisco Barreto de Souza, o “Samuel Querido de Deus”, era mulato,alto de
meia idade e muito musculoso, pescador de profissão e o outro era seu adversário
Cicero Navarro “Onça Preta", mais moço, mais baixo e mais gordo, estavam ambos descalços um de calça
branca e chapéu e outro de calça escura
e boné depois trocou por um paleta. Os dois de braços apoiados nas coxas e
olhando para frente e descansando. Eram obrigados aguardar o silencio, obrigação estendia -
se a assistência. A orquestra deu-se o início
a diversão, numa afinada invocação, ecoando um fundo musical melódico e hipnotizante
numa espécie de lamento.
- Tava no pé da cruz
Fazendo minha oração
Quando chegou Catarina
Fazendo figura no chão
Iê aruandê
Iê aruandê camará
Vamu simborá
Iê vamu simborá camará
Joga pra li
Iê joga pra li camará
Vorta d’mundo
Iê vorta d’mundo camará
Era
uma canção de desafio, esperança, resignação com fragmentos, idéias e rebeldia.
Não possuía o único e bem trabalhado, mas resumia-se num tipo de vida e protesto
e fazia começar a luta.
A
luta começou Querido de Deus começou a balançar os quadris, enquanto encarava o
adversário, mostrando-lhe os dentes e
avaliava as suas possibilidades, a luta
envolvia todas as partes do corpos, exceto
as mãos. Precaução exigidas pelo Chefe de Policia, para evitar danos. A medida
que os movimentos se amoldavam a musica,
eles se movimentavam em uma sequencia lenta
de sonhos, que mais pareciam uma dança do que uma luta. Como o regulamento estipulava que os capoeiras não deviam
machucar-se uns aos outros os golpes
tornavam-se postura acrobáticas de valor para o concurso final, com nomes e classificação. Haviam
vários tipos de capoeira com sutilezas na forma, e na sequencia dos golpes modo
de tocar os berimbaus. Querido de Deus, era prodigiosamente agíl nos difíceis encontros
formais com o adversário e sorria constantemente. Enquanto
as canções e rituais rolavam...
-Disseram a minha mulher
Capoeira me venceu
A mulher jurou pé firme
Como isso, não se deu
E
os berimbaus mudaram de tom mais uma vez.
-Era eu era meu mano
Era meu mano era eu
Era eu era meu mano
me alugou uma casa
Nem ele pagou, nem eu
Impertinentemente
com movimentos bonitos, vagarosos, calculados, Samuel Querido de Deus deu uma
leve cabeçada sem tirar o chapéu da cabeça na boca do estomago do adversário no caso onça preta derrubando o
de um modo que ele caiu de cabeça no chão. Então a orquestra estrugiu triunfante.
Zum Zum zum
Capoeira mata um
Zum zum zum
Tiririca é faca de cortar
Tiririca é faca de cortar
Prepara a barriga
pra apanhar
Silenciosos
cessa os desafios, terminada a rodada,
os dois homens andavam e corriam sem descanso
em sentido contrario do relógio um atrás do outro, campeão a frente com os
braços levantados onça preta segura-lhe
os punhos e encosta sua cabeça atrás de seus ombros enquanto a orquestra
cantava e tocava a enfadonha.
No tempo que tinha dinheiro
Camarada me chamava de parente
Quando meu dinheiro acabou
Camarada me chama de valente
até o próximo capitulo continua...
até o próximo capitulo continua...
Relato contado por Mestre Gege
Postado por Mestre Bicheiro
Nossa que satisfaçao de ver a história do meu avô. Cicero Navarro,o mestre (Onça Preta)
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