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sábado, 14 de dezembro de 2024

Homenagem a Mestre Bimba




                      UM RÁPIDO OLHAR 

       O legado de Seu Bimba está presente em cada uma das rodas que são realizadas no mundo inteiro, cada vez que urma criança dá seus primeiros passos na capoeira, é Seu Bimba que está guiando as mãos do seu professor, até mesmo a capoeira Angola colheu frutos plantados pelo Mestre dos Mestres. 

    O que o Mestre Bimba realizou foi imenso, foi fantástico, fenomenal. Cada um dos Mestres do passado tiveram sua parcela de contribuição na história da capoeira,mas o Mestre Bimba se confunde com a própria história da arte de lutar com as pernas. Sua visão à frente de seu tempo, sua humildade em escutar seus alunos nas horas certas, a capacidade de untar conceitos e ideias aparentemente opostos fez dele um gigante, ou melhor O Gigante.

    Sempre que se fala em Capoeira, seu nome surge, sempre que reverenciamos o passado, sua aura aparece, toda vez que gingamos, nos inspiramos nele. Seu Bimba deixou de ser um homem e passou a ser uma entidade, uma instituição, um conceito, uma ideia.

        Sua trajetória começou a brilhar quando no início do século 20, mesmo com todas as barreiras sociais, ou seja, um homem iletrado, e mais, um homem negro iletrado naqueles tempos, resolveu encarar tudo e todos à sua volta, e não aceitou uma posição de subserviência, não aceitou a humilhação de pegar dinheiro com a boca para se sustentar , e tomou para si o seu destino, carregando consigo a revolução da capoeira.

        Num primeiro momento houve a gênese da mudança, ele idealizou, imaginou alem do que podia alcançar. Havia uma barreira, a capoeira tinha Seu lugar, mas era um lugar afastado,longe da riqueza, perto da invisibilidade. E quando falo em riqueza não é apenas material, é a riqueza subjetiva, é ser respeitado, andar de cabeça erguida encarando de frente os figurões, os médicos e advogados, é não ter que desviar o olhar e chamar qualquer branco de doutor. Foi Mestre Bimba quem teve êxito nessa batalha, não foi o primeiro a tentar, mas foi o primeiro capoeira a conseguir. 

     Reuniu seus companheiros capociras, mas infelizmente o preconceito e racismo sofrido por séculos estava incutido na mente deles e não aceitaram a caminhada, aliás, não acreditaram na mudança. E como um verdadeiro líder, tomou a tarefa de mostrar com seu próprio exemplo. Usou as ferramentas que estavam disponíveis para o branco e bateu de frente com os muros que separavam os lutadores de artes estrangeiras, vistos e reverenciados como Sportmen, dos negros capoeiristas, considerados vadios  e desordeiros. 

  Com a ideia de uma outra capoeira necessária, trabalhou. Em 1935 participou de um desafio com lutadores de Catch e Boxe, onde demonstrou sua Capoeira. Viu aí sua oportunidade de galgar mais um degrau, depois de conhecer por dentro esse tipo de estrutura, fez ele próprio seu desafio que serviu para mostrar para todos os capoeiras e para a sociedade que sua forma de ensinar era eficaz, tanto quanto quaisquer outras lutas. Foi campeão. Ganhou notoriedade, entrou no palácio e desfiou oficialmente. E nunca mais a Capoeira seria a mesma.

   O tempo passou, suas estratégias mudaram. O valor da capoeira no ringue já tinha sido provado, agota era hora de colher os frutos. Viagens e apresentações. Fez parte do programa oficial do governo sobre turismo, seu nome estava em várias revistas e jornais. Esteve com presidentes. No Rio, homens valorosos contribuíram com a capoeira, Sinhozinho. Zuma. Pederneiras, Mário Aleixo, Jayme entre tantos outros.  Mas o fundamento do Mestre Bimba é que vive até hoje, quando agachamos ao pé do berimbau pedimos sua benção e saímos de aú.

      lê viva Seu Bimba.

      Em 1899 nascia Manoel dos Reis Machado, o Mestre Bimba. Segundo Mestre Decânio declara na revista Cordão Branco, n 1, ele foi criado por sua irmā (Senhora), e que ela se mudou para o Rio de Janeiro quando ele tinha 09 anos de idade, deixando-o aos cuidados de Vidal de Xangô, seu padrinho de batismo. 

      Aos 12 anos iniciou sua vida na capoeira com o Mestre Nôzinho Bento, "Bentinho que era Capitāo da Cia.  de Navegaçāo Baiana, essa alcunha de capitão não se refere a uma patente das forças armadas, mas sim uma forma de reconhecimento e respeito à liderança de Mestre Bentinho no cais. 


REFERÊNCIAS ESCRITAS

DECANIO FILHO, Angelo A.. A herança de

Bimba: Filosofia el lógica africanas da capoeira. Salvador:edição do autor, 1996 (Coleçao São Salomão)

"Mestre Bimba: 0 Sonho de Salomão" 


      Bimba citava com admiração a extraordinária habilidade a meu ver espantosa do Mestre Bentinho! «di dá um sartu-mortá" na boca dun caxãu di cebola)

frisando a fragilidade do caixote "mutchu finu i fracu!" Mestre Tiburcinho afirmava que Besouro Mangagá era capaz di sartá di costa" i caí di vorta dentru dus chine-

lu!" O Mestre Noronha em seus manuscritos traz um possível apelido do Mestre Bentinho.

     Conheci muito o Bimba desde o comercio sendo operador de carretão ele e o finado Paquete que foi o mestre de capoeira dele na aquela época.

Fonte Mestre Bimba " O sonho de Salomão "
João Paulo de Araújo Pereira (João Pitoco)

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