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sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Mestre Sinhozinho " Capoeira carioca de 1917"

 





Agenor Moreira Sampaio : Mestre Sinhozinho
Published : 2020-11-08
Agenor Moreira Sampaio : Mestre Sinhozinho
- Categories : Mestres de Capoeira
Tradução automática. Obrigado pela sua compreensão.

Agenor Moreira Sampaio (Santos, Brasil, 1891-1962), mais conhecido como Mestre Sinhozinho, foi um mestre ou mestre praticante da arte marcial afro-brasileira de capoeira. Ele foi o principal expoente do estilo de combate conhecido como capoeira carioca.

Primeira vida e treinamento

Algumas fontes dão a ele um segundo sobrenome "Ferreira", mas o resto de sua vida está bem documentado. Era um dos oito filhos do oficial e político brasileiro José Moreira, descendente de Francisco Manoel da Silva. Atleta apaixonado, Agenor formou-se formalmente no boxe, no savate, na luta greco-romana e na queda de braço desde a infância, e também aprendeu capoeira no cais santista. Porém, quando sua família se mudou para o Rio de Janeiro em 1908, ele mudou o estilo local da capoeira carioca, uma variante agressiva e violenta fortemente associada a policiais e gangsters. Moreira acabou por se tornar um mestre da arte, recebendo o nome de Mestre Sinhozinho (Sinhozinho significa "Senhor Pequeno").

Teve sua primeira atuação nacional como lutador em 1917, quando aceitou o desafio do campeão de luta livre João Baldi para evitar ser baleado em cinco minutos. Sinhozinho arrancou o desafio com uma facilidade chocante, conseguindo uns impressionantes 40 minutos contra o campeão, embora o prémio em dinheiro acabou por não existir porque o promotor não esperava que o desafio passasse.

Escola Carioca

Como seu contemporâneo Mestre Bimba, Sinhozinho abriu uma escola em 1930 para ensinar capoeira a cidadãos ricos de classe média. No entanto, sua escola carioca não se baseava em uma única quadra, já que Sinhozinho dava aulas em diversos clubes esportivos e espaços emprestados de seus benfeitores, geralmente na região da próspera Praia de Ipanema. Além disso, ao contrário da maioria dos mestres da capoeira, Sinhozinho preferia a eficácia do combate à expressão artística, abandonando a música e os rituais da arte por completo e generosamente misturando-os com outros estilos de luta. Foi proposto que Mestre Bimba decidiu focar nos aspectos mais tradicionais da capoeira em resposta a variações pragmáticas e combativas como as ensinadas por Sinhozinho e Anibal “Zuma” Burlamaqui. No entanto, ele é creditado por manter a prática da capoeira no Rio de Janeiro. Foi também instrutor corpo a corpo da Polícia Especial, criada pelo presidente Getúlio Vargas.

Moreira abordou a capoeira de forma científica, adaptando seus métodos de treinamento individualmente para cada aprendiz. Ele até construiu seu próprio equipamento de treinamento e ferramentas para treinar movimentos artísticos e submeteu seus alunos a treinamento com pesos pesados. Modificou o tradicional Ginga, tornando-o mais parecido com o footwork do boxe, e também introduziu as técnicas de luta livre e judô, principalmente por meio da parceria com o professor de judô Augusto Cordeiro. Sinhozinho também cultivou o aspecto psicológico da autodefesa, pedindo a seus alunos que rissem de seus agressores antes de lutar, a fim de exasperá-los e dissipar seu próprio medo. Por fim, a capoeira carioca também ensinou o uso de armas como a Sardinha ou o Santo Christo (navalhas) e a Petrópolis (cana), e entre suas poucas tradições, conservou um antigo jogo de luta semelhante ao Batuque denominado Roda de Pernada onde os capoeristas trocaram chutes.

O próprio Sinhozinho era conhecido como um excelente atleta e lutador. Além do já citado desafio com João Baldi, teria sido invicto na queda de braço, e muitas vezes mostrou aos seus estagiários como levantar pesos fazendo sozinho na velhice. Há também uma anedota de como, ao ver um burro atropelado e deixado morrendo na rua do Arpoador, Moreira tirou o animal de seu sofrimento com um gesto. No entanto, como nunca criou uma modalidade de ensino padronizada, seu estilo de luta morreu com sua própria morte em 1960. Sinhozinho acabou sendo mais influente como professor de educação física cujos métodos de treinamento muitos Atletas brasileiros foram beneficiados. Entre os alunos de seu método estavam o futuro judoca Rudolf de Otero Hermanny, os lutadores Reinaldo Lima e Paulo Paiva, os atletas Paulo Amaral e Paulo Azeredo, o músico Antonio Carlos Jobim e o futuro presidente do Comitê Olímpico Sylvio de Magalhães Padilha.

Desafio escolar regional

Em fevereiro de 1949, Sinhozinho lançou um desafio à rival escola regional de capoeira liderada por Mestre Bimba, que estava em turnê em São Paulo. Bimba e seus alunos foram obrigados a trabalhar apenas em lutas de exibição e estavam ansiosos por lutas reais (pra valer), então concordaram rapidamente em viajar ao Rio de Janeiro para o desafio. Um evento de luta de dois dias foi organizado pela Federação Metropolitana de Pugilismo no Estádio Carioca, incluindo também uma equipe de lutadores que também havia desafiado a academia regional.

Duas lutas aconteceram entre as duas escolas de capoeira. Na primeira partida, no dia 2 de abril, o aprendiz de Sinhozinho Luiz "Cirandinha" Pereira Aguiar lutou contra o aluno de Bimba Jurandir, nocauteando-o no primeiro round com um chute. Jurandir afirmou que foi um golpe baixo, mas como testemunhas e o médico do ringue disseram o contrário, o resultado foi mantido. No dia 7 de abril, o lutador carioca Rudolf Hermanny, de 17 anos, derrotou o regional Fernando Rodrigues Perez em dois minutos, dominando a luta e ferindo o braço de Perez com um chute. Diz-se que Bimba ficou tão impressionado que aprendeu certos movimentos que via em combate para absorvê-los em seu próprio estilo.

Desafio na família Gracie

Em 1953, Sinhozinho desafiou a família Gracie, convidando-os a enviar dois de seus representantes do jiu-jitsu brasileiro a um evento beneficente de vale tudo no estádio Vasco da Gama em 17 de março. Seus próprios lutadores cariocas voltariam a ser Hermanny e Cirandinha, treinados por seu habitual consultor de judô Augusto Cordeiro, enquanto os Gracies mandavam Guanair Gial Gomes e Carlson Gracie.

A primeira luta colocou Hermanny contra o quimono Gomes, que era bem mais pesado e tinha treino de wrestling. O lutador Gracie dominou os minutos iniciais, assumindo posição dominante no terreno, mas Hermanny escapou. Porém, quando Gomes tirou a jaqueta do quimono e voltou a atirar nele, o carioca passou a se defender ativamente da guarda com socos, marteladas e chutes nas costas, contando com a ajuda de seu condicionamento superior para rebaixar Gomes. Depois de uma hora e 10 minutos, com Gomes espancado e um cooler Hermanny procurando finalizá-lo em pé, o ex-escanteio Carlos Gracie pediu o abandono da partida e empatou. Embora Hermanny quisesse continuar, os juízes acabaram concordando.

A segunda luta viu Cirandinha lutar contra Carlson Gracie, com uma história quase oposta. Dominando os momentos iniciais, a mais forte Cirandinha castigou Carlson em pé com vários socos e chutes, seguidos de um lançamento de quadril e um forte gancho que quase finalizou Gracie. No entanto, Carlson conseguiu sobreviver à surra e aos poucos retomou a luta com golpes e esquivas em Cirandinha, que se cansava visivelmente rápido. O lutador de jiu-jitsu puxou-o para a guarda e alcançou a posição dominante, de onde mandou socos e cotoveladas e buscou uma chave de braço. Apesar de Cirandinha não ter aceitado a pegada, seu treinador jogou a toalha devido aos ferimentos, declarando Carlson o vencedor sob aplausos da torcida.

Elogiando as lutas, a imprensa viu o evento como um destaque para as duas escolas. O jornal O Popular classificou os dois vencedores de "impressionantes" ("Rudolf Hermanny e Carlson Gracie - Impressionante!"), Enquanto a revista O Cruzeiro proclamou "o sangue de homens valentes encharcou um lugar de concreto no Estádio Vasco "Quadra de Cimento do Estádio do Vasco").

Fim de carreira e morte

Em junho de 1953, a escola de Sinhozinho foi desafiada por Artur Emídio de Oliveira, Capoerista Regional da Bahia e também um popular lutador de vale tudo. Devido ao embate ideológico entre a capoeira tradicional de Emídio e a versão utilitária de Sinhozhinho, uma luta entre Emídio e o habitual lutador carioca Hermanny aconteceria no dia 29 de junho, no Palácio de Alumínio. Foi contestado pelas regras da capoeira de Burlamaqui, incluindo apenas uma modificação que permitia o trabalho preparatório, e contava com Carlos e Hélio Gracie como espectadores.

Hermanny controlou o primeiro assalto, enviando chutes circulares e de palma enquanto se defendia com um guarda de boxe, mas Emidio se agachou e tentou rasteiras e chutes do chão. Na segunda jornada, porém, depois de castigar Emídio com pontapés, Hermanny acertou na sua Rasteira e deu um murro na cara de Emídio quando este se levantou, o que acabou por ser decisivo. O lutador carioca então finalizou o baiano com projeção e sempre mais socos, levando o árbitro a interromper a luta.

Sinhozinho morreu em 1962. Sua herança cultural era obscura, mas nos tempos modernos foi considerado o esteio da capoeira carioca.

Fonte : Wikipédia


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