PALMAS
Qual a origem do nome
Palma: LATIM
O ato de bater as palmas das mãos em sinal de aprovação tem
origem desconhecida, mas existe há pelo menos 3 000 anos. Nessa época, o gesto
era essencialmente religioso, popularizado em rituais pagãos de diversos povos
como um barulho destinado a chamar a atenção dos deuses. No teatro clássico
grego, tornou-se, então, a forma pela qual os artistas pediam à platéia que
invocasse os espíritos protetores das artes. O costume chegou ao Império
Romano, onde passou a ser comum nos discursos políticos. Preocupado com a
repercussão de suas aparições públicas, o imperador Nero carregava uma claque
com mais de 5 000 soldados e cavaleiros. Dali, o costume espalhou-se para o
resto do mundo. Nos séculos XVIII e XIX, quase todos os teatros de Paris
contratavam pessoas que tinham uma única função na platéia: aplaudir. O truque
continua utilizado até hoje pelas emissoras de TV, especialmente em programas
de auditório. Agora, bater palmas para marcar o ritmo de uma música é
provavelmente um costume muito mais antigo.
PALMAS DE TERREIRO
A introdução das
palmas na capoeira deve ser encarada de acordo com o contextorítmico e
folclórico das manifestações afros. O conhecido ritmo da palma de
terreiro pode ter sido herdado pela capoeira nos terreiros de candomblé,
ou até mesmo nas rodas de vadiação nas ruas, onde se praticava também o samba
de roda, ou ainda, nas manifestações praticadas nas Senzalas e Quilombos. As
palmas não são apenas usadas na capoeira, mas também em outras manifestações
culturais, como o já citado samba de roda, candomblé e o côco, ganhando
neste último a conotação de palma praieira.
Assim, a palma de
terreiro ou praieria, é o ritmo utilizado na grande maioria das rodas de
capoeira, com excepção da Regional, pois Mestre Bimba introduziu a “palma 1, 2
3…” como a própria música diz, “Olha a palma de Bimba, é 1, 2, 3…”, como forma
de diferenciar a sua Luta Regional Bahiana.
PALMAS NA ANGOLA
Na Capoeira Angola
quase não se vê a utilização das palmas, pois a grande maioria dos mestres
considera que é mais importante o capoeirista concentrar-se e ouvir melhor as
letras das músicas, bem como a variação melódica dos instrumentos, criando um
ambiente de concentração total.
PALMAS NA REGIONAL
Na Capoeira Regional,
a palma é de marcação forte, define um jogo viril e objectivo, fazendo com que
o capoeirista tenha uma participação activa tanto quando está a jogar, como
quando está a observar o jogo de outros capoeiras. A conhecida palma de Bimba,
que marca “1, 2, 3” é a utilizada na Regional.
PALMAS NA CAPOEIRA MODERNA
Hoje em dia, muitos
grupos desenvolvem a utilização das palmas de maneiras diferentes. Tanto
utilizando a formação do instrumental da Capoeira Angola e batendo a palma
praieira, como também se vê a palma de Bimba.
Quando se desenvolve
um ritmo mais próximo de Angola, introduz-se uma palma de marcação “1, 2” para
criar um ambiente mais participativo entre os componentes da roda. Deste modo,
constata-se que não existe um consenso entre os diversos grupos de Capoeira.
Considerações finais
Na história da
própria capoeira, muitos dos fundamentos e tradições, vêm sendo discutidos e
estudados de maneira a aumentar o conhecimento dos capoeiristas, e tentando
resgatar da forma mais fiel possível a prática da capoeira.
Neste caso, as palmas
são ainda um objecto de estudo na musicalidade da capoeira, sendo de crucial
importância a sua utilização nas rodas.
PALMAS NO SACRO
FUNDAMENTOS DE CANTAR, BATER PALMAS
Para tentar explicar
como se dá a comunicação entre os planos espiritual e material, grosseiramente,
podemos imaginar essa comunicação através de freqüências.
O rádio, a TV, o
celular são exemplos. Estes aparelhos emitem freqüências de um ponto, o
transmissor, até outro ponto, o receptor. As freqüências não se cruzam porque
uma é mais forte do que a outra. O receptor recebe apenas a freqüência na qual
está programado.
Analogamente, se
imaginarmos que nossos pensamentos são como freqüências e as vibrações emitidas
pelos espíritos também são freqüências, podemos dizer que são essas freqüências
que ligam espíritos e matéria, onde conseguimos nos conectar com os espíritos
de acordo com nossos pensamentos e atitudes, logo, pensamentos baixos atraem
espíritos de camadas mais inferiores do plano espiritual, e pensamentos mais
elevados, atraem espíritos mais elevados.
Quando nos dirigimos
ao terreiro, dependendo de como foi nosso dia, nossa semana, nós estamos
vibrando numa freqüência tal que pode interferir nos trabalhos, ajudando ou
atrapalhando. Um dia vivido em torno de brigas e discussões, alimentação
pesada, pensamentos voltados para o ódio, má conduta, etc, deixam a freqüência
muito baixa, atraindo espíritos que vibram numa esfera mais baixa, e isso faz
com que o trabalho seja prejudicado. Um dia bem vivido, trabalhado e
participativo nas coisas particulares, uma boa alimentação, bons pensamentos,
preparação mental para a gira, faz com que nossa freqüência fique mais elevada,
atraindo espíritos de esferas mais elevadas.
Para que os trabalhos
não sofram variações excessivas de freqüências, para que se evitem a atração de
espíritos de esferas inferiores e para o bom andamento da gira, é usado um
artifício que acelera o processo para que todos, ou pelo menos a maioria, se
concentrem no trabalho e eliminem pensamentos mais baixos, que é de cantar e
bater palmas.
fontes de pesquisa: web
Postado por Mestre Bicheiro