De início, concordo com algumas pessoas não simpatizantes da nossa arte, que ao dizer que a roda de capoeira, por mais de 5 minutos é monótona, pois seus movimentos e ritmo são repetitivos e cansa para quem assiste.
Pois bem, agora vos convido para enxergarem seu verdadeiro propósito, que para além de um sistema capitalista, a apresentação da capoeira, tem como proposta expor uma arte marcial que se tornou patrimônio cultural dá humanidade.
É assim, apreciar uma arte, que no passado serviu de arma e instrumento contra o regime escravista, tendo estes mesmos golpes repetitivos, como auxílio do negro em sua luta para conquistar NOVAMENTE sua liberdade, uma singela liberdade de se afirmar como SER HUMANO.
Uma roda de capoeira, em sua plenitude, está intrínseca à história do Brasil, onde sua participação foi altamente imposta, como: guerra do Paraguai; revoltas nacionais ( vacina e chibata ); formação da guarda negra; criação do frevo e do passo do samba, e mais ainda, a abolição, dentre muitos outros eventos que não cabe aqui citar.
Assistir uma apresentação de capoeira, é participar de uma manifestação que se faz presente a maior rede marcial de absorção cultural, contendo elementos dos Mouros, Espanhóis e Portugueses, incorporados aos elementos de matrizes africanas, onde se fundiram em solo brasileiro.
Assistir a uma apresentação de capoeira, é saber que ali se faz presente, um processo de expansão mundial, tendo a capoeira como a maior difusora da língua portuguesa no mundo. É aprender os ensinamentos dos mais velhos, através da oralidade presente nas cantigas.
É saber que a roda de capoeira, possui ritualística, ritmos, defesa pessoal, malandragem, brincadeira, teatro, expressão corporal, religiosidade, bem estar físico e mental, interdisciplinaridade, disciplina, regras, moralidade, e entrosamento coletivo.
Por fim, a roda de capoeira, é ainda, estar no mesmo espaço e tempo, toda a sabedoria de um mestre e toda a inocência de uma criança, se resumindo na filosofia africana UBUNTU, onde todos somos um só.
Por Prof. ENGUILO
Guilherme Arengui
Prof. Hist. da Capoeira